Pfizer diz que governo brasileiro não aceita demandas para adquirir vacinas
A farmacêutica impôs exigências severas, como a renúncia da soberania sobre ativos no exterior para garantir o pagamento e a responsabilização do governo por eventuais efeitos adversos da vacina. O Senado trabalha para garantir a compra, mas esbarra na intransigência de Bolsonaro e Pazuello
247 - Executivos da Pfizer envolvidos na negociação com o governo brasileiro pela compra de vacinas contra a Covid-19 afirmaram a senadores que suas exigências de garantia vêm sendo fortemente resistidas.
O governo brasileiro se recusa a aceitar as demandas da farmacêutica, que, como consta no contrato, busca responsabilizar as autoridades locais por eventuais efeitos adversos do imunizante e fazer com que a soberania sobre ativos no exterior seja renunciada para garantir o pagamento das doses.
A Pfizer também pede a criação de um fundo garantidor no exterior.
Na América Latina, o Chile aceitou as propostas, e Brasil, Venezuela e Argentina recusaram.
As informações são da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) encabeça a iniciativa de tentar contornar os obstáculos, tendo apresentado uma emenda à medida provisória sobre a importação de vacinas. A proposta não descarta a responsabilidade judicial do governo brasileiro.
O Ministério da Saúde reforçou o discurso do Planalto, revelando no último domingo (21) que as negociações estão travadas "por falta de flexibilidade das empresas".
