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PML: Devolve-se a Genoino o que sempre foi dele

A decisão unânime do Supremo Tribunal Federal de declarar José Genoino um homem livre restabelece, dois anos e quatro meses depois, a dignidade que nunca deveria ter sido tirada dele; o colunista Paulo Moreira Leite, do 247, lembra que Genoino foi julgado e condenado por ter assinado, enquanto presidente do PT, empréstimos para o partido junto ao Banco Rural; "Nunca se provou que os empréstimos serviram para pagar propinas ou qualquer ilegalidade"; PML alerta que, assim como o chamado 'mensalão' vitimou Genoino, a Lava Jato busca apoio dos meios de comunicação para obter a deslegitimação da classe política; "José Genoino recupera a liberdade num país onde há muito tempo ela não enfrentava tantos perigos"

JOSÉ GENOINO (Foto: Aquiles Lins)
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Por Paulo Moreira Leite

Dois anos e quatro meses depois do julgamento da AP 470, o Supremo Tribunal Federal decidiu, por unanimidade, extinguir a pena de José Genoíno, condenado a quatro anos e oito meses de prisão pelo crime de corrupção ativa.

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A decisão é correta mas possui o seguinte componente absurdo: devolve-se a Genoino aquilo que ele nunca poderia ter perdido — a condição de homem livre. (Livre, sim, mas não inteiramente. Ele teve seus direitos políticos cassados e pode ser obrigado a travar uma batalha jurídica suplementar para poder votar e ser votado antes de 2023).

Para se acreditar que Genoíno pudesse ser condenado por corrupção, seria preciso imaginar que o então presidente do Partido dos Trabalhadores, cujo maior patrimônio é um sobrado no Butantã, em São Paulo, comprado a prestações na Caixa Econômica, tivesse passado os primeiros anos do primeiro mandato de Lula no trabalho de subornar deputados e senadores para que votassem do governo no Congresso.

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É uma hipótese tão absurda que os mesmos ministros que o condenaram não deixaram de recordar, com palavras sentimentais, na mesma sessão, suas virtudes como cidadão e lider político, numa biografia que inclui os protestos contra a ditadura nos anos 1960, a guerrilha no Araguaia, em 1970, e todas as campanhas democráticas nos anos posteriores.

Genoíno foi julgado e condenado por ter assinados empréstimos para o PT junto ao Banco Rural. Nunca se provou que os empréstimos serviram para pagar propinas ou qualquer ilegalidade. Os empréstimos foram renegociados e pagos pelo partido.

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Se não bastasse uma pena errada, elevada artificialmente, como demonstrou um estudo do ministro revisor, Ricardo Lewandovski, Genoíno ainda enfrentou um tratamento persecutório depois da prisão.

Como se a gravidade de sua doença cardíaca — que incluía uma prótese de PVC na região do torax para subsituir a artéria aorta — fossem puro fingimento, ele encarou uma guerra de laudos médicos que, atendendo a vontade do ministro Joaquim Barbosa, procuravam manter Genoíno na prisão de qualquer maneira. Não era uma questão médica, na verdade.

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O que se pretendia era destruir a imagem pública de José Genoíno, parlamentar respeitado por aliados e adversários pelo comportamento correto e pela credibilidade.

O mesmo Ministério Público que acusou Genoíno costumava confiar em sua palavra e em suas análises, a tal ponto que ele era frequentemente chamado a organizar cursos e eventos para a instituição.

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O Brasil de 2012, em que Genoíno recebeu a pena de quatro anos e 8 meses de prisão, era um país que tinha problemas imensos e graves — mas não eram tão grandes nem tão graves como aqueles que marcam o país de 2015, na Operação Lava Jato. O julgamento da AP 470 teve um inquérito secreto, de número 2474, com provas que poderiam ser úteis aos réus e até permitir que provassem sua inocência, mas que nunca puderam ser examinadas no momento adequado.

A Lava Jato busca, expressamente, apoio dos meios de comunicação para obter a deslegitimação da classe política, ação que só pode levar ao enfraquecimento da democracia.

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A partir de prolongadas prisões provisórias, procura-se forçar delações premiadas, numa sucessão de denúncias que já ameaçam a economia e várias conquistas acumuladas ao longo dos anos.

Incapazes de aceitar uma quarta derrota eleitoral consecutiva, os mesmos adversários que estimularam as denúncias da AP 470 na esperança de quebrar o governo Lula, apostam abertamente no agravamento da crise.

José Genoíno recupera a liberdade num país onde há muito tempo ela não enfrentava tantos perigos.

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