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Presidente do PSOL pede pressão sobre Lira após denúncia de propina na compra de vacina: "impeachment já"

“Queriam roubar dinheiro da VACINA! Não falta mais nada. Pressão no Arthur Lira” É impeachment já!”, escreveu Juliano Medeiros no Twitter após denúncia de que governo federal cobrou propina de US$ 1 por dose de vacina contra a Covid-19

Juliano Medeiros criticou Jair Bolsonaro pelo caos provocado no Enem. (Foto: Agência Brasil / Divulgação PSOL)

247 - Após denúncia de que governo federal cobrou propina de US$ 1 por dose de vacina contra a Covid-19 a um representante da empresa Davati Medical Supply que oferecia a AstraZeneca, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, pediu pressão sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), para que paute o impeachment de Jair Bolsonaro.

Luiz Paulo Dominguetti Pereira, da Davati, disse à Folha de S.Paulo que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, cobrou a propina em um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, no dia 25 de fevereiro.

Segundo a Folha, Roberto Dias foi indicado ao cargo pelo líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Sua nomeação ocorreu em 8 de janeiro de 2019, na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM). 

A empresa Davati tentava negociar com o Ministério da Saúde 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca, apresentando uma proposta de US$ 3,5 por unidade (depois disso passou a US$ 15,5). "O caminho do que aconteceu nesses bastidores com o Roberto Dias foi uma coisa muito tenebrosa, muito asquerosa', disse Dominguetti", diz a Folha de S. Paulo.

Barros ofereceu US$ 1,2 milhão para Luis Miranda não atrapalhar negócio da Covaxin

O deputado federal Luis Miranda (DEM) contou a interlocutores que foi chamado para duas reuniões nas quais recebeu propostas milionárias em propinas para não interferir no processo de compra da Covaxin pelo Ministério da Saúde, revelou reportagem da revista Crusoé.

Luis Miranda, junto com seu irmão, o servidor da pasta Luis Ricardo Miranda, foram os responsáveis por levar à CPI da Covid as informações de que Jair Bolsonaro teria sido avisado das irregularidades no processo de aquisição do imunizante e, mesmo diante da denúncia. O chefe do governo federal ainda teria apontado o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), como "dono do rolo".

De acordo com o parlamentar, onze dias após a conversa com Bolsonaro na qual denunciou o possível esquema de corrupção na compra da Covaxin, ele teria sido chamado por um conhecido lobista de Brasília, Silvio Assis, ligado a Barros, para uma conversa. No diálogo, conta o deputado, Assis tentou o transformar em um aliado, dizendo que nada poderia dar errado no negócio de compra da Covaxin. O lobista ainda teria oferecido ao deputado uma recompensa pelo silêncio, dizendo também que a reeleição do parlamentar estaria garantida.

Em maio, pouco mais de um mês desde a conversa com Bolsonaro, Miranda foi chamado via WhatsApp para uma nova conversa. Desta vez, além de Assis, o próprio Ricardo Barros compareceu. O objetivo era o mesmo: convencer Miranda a ficar em silêncio sobre a Covaxin em troca de benefícios.

O lobista ofereceu a Miranda uma participação sobre cada dose da vacina que seria vendida ao Ministério da Saúde: 6 centavos de dólar. O deputado, portanto, poderia lucrar US$ 1,2 milhão, cerca de R$ 6 milhões, caso a compra da Covaxin pelo Ministério da Saúde fosse concluída.

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