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Protesto de passageiros vira confronto no Piauí

Estudantes ocupam novamente avenida central de Teresina; ontem, tropa de choque da PM avanou sobre usurios de nibus, indignados com aumento na passagem e integrao deficiente do transporte; maioria dos 17 presos foi liberada

Protesto de passageiros vira confronto no Piauí (Foto: Divulgação )
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Diego Iraheta _247 - Um novo confronto entre a Polícia Militar do Piauí e estudantes tomou a principal avenida de Teresina nesta quarta-feira, 11. Mais uma vez, manifestantes ocuparam a Frei Serafim, que na terça-feira parecia um cenário de guerra. Eles bloquearam as pistas na via nevrálgica e acabaram parando a cidade. Os PMs receberam ordem para liberar o trânsito e usaram bombas de efeito moral para dispersar a multidão. Sem sucesso, a Cavalaria da PM e a tropa de choque da corporação avançaram contra os jovens. Eles denunciam excessos na ação policial, conforme o vídeo abaixo:

Os policiais prenderam 17 estudantes. Os jovens protestam contra o aumento na passagem de ônibus – de R$ 1,90 para R$ 2,10, em vigor desde o dia 1º de janeiro. “Ocupar as ruas é um direito de todos, é manifestação de livre pensamento. Nós temos direito de contestar, e não é ataque da polícia que vai fazer a gente desistir”, defendeu ao 247 o aluno Dérek Sthéfano, 20.

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Em oito dias de manifestação, os jovens quebraram pelo menos 20 ônibus e incendiaram outros três. A imprensa local classifica o movimento de “baderna”, e boa parte da população condena os estudantes. Segundo Dérek, a violência dos manifestantes é resposta à repressão. “Só ocorreram depredações depois da violência policial. Ontem, dois ônibus foram quebrados, depois que a polícia fez massacre total contra os manifestantes”, conta.

Até o início da noite desta quarta-feira, oito manifestantes seguiam presos. O Fórum Estadual em Defesa do Transporte Público entrou na Justiça com pedidos de habeas-corpus. O 247 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, mas não encontrou porta-voz das ações dos policiais militares.

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Preço da passagem

No ano passado, cerca de 20 mil piauienses foram às ruas protestar contra o reajuste na tarifa do transporte público. O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (Setut) informou ao 247 que, na ocasião, manifestantes depredaram 60 ônibus. Com a pressão, o prefeito da cidade, Elmano Ferrer (PTB), recuou e pediu uma reavaliação da planilha de custos que previa o aumento.

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Nos últimos meses de 2011, uma comissão de 17 entidades fez um estudo da composição do aumento no preço da passagem. Foi dado o aval para o reajuste, e o prefeito assinou decreto associando a alta no valor com a integração do sistema de transporte de Teresina. O problema é que apenas 33 das 92 linhas de transporte estão integradas. E o valor cobrado pelas viagens não agradou aos passageiros.

Enquanto a primeira viagem de ônibus custa R$ 2,10, a segunda sai pela metade: R$ 1,05. O usuário só pode pagar a tarifa com desconto se o intervalo entre as viagens for de, no máximo, uma hora. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina, esse valor final para o passageiro não pode ser mais baixo devido aos custos elevados do transporte público.

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A Prefeitura de Teresina explicou ao 247 que está prevista a construção de oito terminais de integração. Até 2 de fevereiro, 40% das linhas de ônibus devem estar integradas. A expectativa é que, em seis meses, será cobrada tarifa única por até duas viagens em uma hora - R$ 2,10, em vez dos atuais R$ 3,15.

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