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Brasil

Queda de avião com a Chapecoense deixa 75 mortos

O avião fretado que levava o time da Chapecoense para o maior jogo da história da equipe caiu na Colômbia devido a uma pane elétrica, matando ao menos 75 pessoas, informaram autoridades nesta terça-feira, no pior acidente da história do futebol brasileiro

O avião fretado que levava o time da Chapecoense para o maior jogo da história da equipe caiu na Colômbia devido a uma pane elétrica, matando ao menos 75 pessoas, informaram autoridades nesta terça-feira, no pior acidente da história do futebol brasileiro (Foto: Gisele Federicce)
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Por Freddy Builes e Paulo Whitaker

LA UNIÓN, Colômbia/CHAPECÓ (Reuters) - O avião fretado que levava o time da Chapecoense para o maior jogo da história da equipe caiu na Colômbia devido a uma pane elétrica, matando ao menos 75 pessoas, informaram autoridades nesta terça-feira, no pior acidente da história do futebol brasileiro.

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A Chapecoense estava a caminho de Medellín para enfrentar o Atlético Nacional, na quarta-feira, na partida de ida da final da Copa Sul-Americana, a primeira decisão internacional do clube do interior de Santa Catarina que se destacou nos últimos anos pelo boa gestão acompanhada de resultados inesperados para uma equipe de menor porte.

O chefe do departamento de aviação civil da Colômbia, Alfredo Bocanegra, disse nesta terça-feira de manhã que foram confirmadas 75 mortes, com seis sobreviventes feridos, em decorrência do acidente ocorrido por volta das 22h15 de segunda-feira (horário local).

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As autoridades colombianas identificaram os sobreviventes como os jogadores Alan Ruschel, Jackson Follmann e Hélio Neto; o jornalista Rafael Valmorbida; a aeromoça Ximena Suárez e o técnico de voo Erwin Tumiri, ambos bolivianos. Dois dos sobreviventes estão em estado grave.

Follmann, goleiro reserva da Chapecoense, teve uma das pernas amputadas em decorrência do acidente, segundo a mídia. O goleiro titular Danilo chegou a ser resgatado com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente.

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No local da tragédia, em La Unión, perto de Medellín, dezenas de corpos ficaram espalhados ao redor dos destroços da aeronave, segundo um fotógrafo da Reuters. Cerca de 30 socorristas e policiais vasculhavam o avião, que levava 81 pessoas.

A aeronave, um BAe 146 que realizava um voo fretado, se partiu em dois, e apenas o bico e as asas estavam reconhecíveis, enquanto a cauda ficou completamente destruída pelo acidente, segundo o fotógrafo.

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O avião declarou situação de emergência minutos antes da queda devido a problemas elétricos, de acordo com autoridades do aeroporto de Medellín, onde pousaria.

HERÓIS DA CIDADE

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Em Chapecó, centenas de pessoas se reuniram do lado de fora do estádio do time, a Arena Condá, após a tragédia.

"Era a motivação da cidade, jogavam por amor à camisa e não por dinheiro. Jogavam com garra, só quem mora aqui sabe o que eles fizeram pelo time", disse à Reuters o estudante Jean Panegalli, de 17 anos. "Saíram da Série D e chegaram na final da Sul-Americana. Eram feras demais", acrescentou.

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O mundo do futebol prestou diversas homenagens, incluindo nomes como Pelé, Neymar e Messi.

Clubes brasileiros anunciaram medidas para ajudar o time, como o empréstimo gratuito de jogadores, após a morte de atletas e comissão técnica da equipe catarinese.

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) suspendeu a partida em Medellín, e o Atlético Nacional pediu aos organizadores da competição que o título seja entregue ao time brasileiro.

A Confederação Brasileira de Futebol também suspendeu a final da Copa do Brasil, entre Grêmio e Atlético Mineiro, que seria disputada na quarta-feira, e adiou a última rodada do Campeonato Brasileiro, que seria realizada no domingo.

VOO FRETADO

O avião colidiu em uma área rural de montanhas nos arredores de Medellín, e a chuva forte chegou a interromper as operações de busca e resgate em um determinado momento.

O serviço de acompanhamento de voos Flightradar24 disse no Twitter que o último sinal do voo 2933 foi recebido quando o avião estava a 15.500 pés, a cerca de 30 quilômetros do destino, que ficam a 7.000 pés de altitude.

O avião Avro RJ85 foi fabricado por uma empresa que atualmente faz parte da britânica BAE Systems.

O voo fretado transportava 72 passageiros e 9 tripulantes quando caiu por volta das 22h15 da segunda-feira. Segundo a mídia brasileira, 21 jornalistas estavam a bordo para cobrir a partida.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que recusou um pedido da empresa aérea boliviana Lamia para transportar a Chapecoense diretamente do Brasil para a Colômbia com base no Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer) e na Convenção de Chicago, que trata dos acordos de serviços aéreos entre os países.

"O acordo com a Bolívia, país originário da companhia aérea Lamia, não prevê operações como a solicitada", disse a Anac em nota oficial. Com a recusa da Anac, o time da Chapecoense voou primeiramente do Brasil para a Bolívia, e de lá saiu em um voo da Lamia com direção a Medellín.

O órgão da aviação civil da Bolívia disse que o avião partiu de Santa Cruz de la Sierra sob condições perfeitas. "A tripulação tinha as licenças em dia, tudo estava em ordem para o voo", disse o chefe do departamento, Cesar Varela, a jornalistas.

LUTO

O presidente Michel Temer declarou, em nota, que o governo estava disponibilizando todos meios necessários para ajudar os familiares das vítimas e dar toda a assistência possível.

"Nesta hora triste que a tragédia se abate sobre dezenas de famílias brasileiras, expresso minha solidariedade", afirmou Temer. O governo federal decretou luto oficial de três dias e colocou a Aeronáutica e o Itamaraty à disposição para auxiliar familiares e prestar toda a assistência possível.

O Ministério da Defesa informou que duas aeronaves C-130 Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB) e uma equipe de profissionais especializados em resgate estão de prontidão para auxiliar no resgate e traslado dos brasileiros vítimas do acidente. Foram disponibilizadas ainda duas aeronaves para transportar familiares das vítimas.

A Fifa prestou solidariedade em mensagem no Twitter, e o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, afirmou em que nota que o acidente representa "uma das mais trágicas páginas da história do esporte brasileiro".

A Chapecoense havia se classificado para o maior jogo de sua história ao derrotar o time argentino San Lorenzo na semifinal na Sul-Americana, no auge de uma história recente em que o time saiu da Série D para a elite do Campeonato Brasileiro em apenas seis anos.

"É complicada a dor. Eu que estou há muito tempo envolvido na Chapecoense, sei o que passamos até aqui. Agora que chegamos, não vou dizer no auge, mas em destaque nacional, acontece uma tragédia dessa. É muito difícil, uma tragédia muito grande", disse o vice-presidente da Chapecoense, Ivan Tozzo, em entrevista à TV com os olhos marejados, dentro da Arena Condá, estádio da Chapecoense que era uma das forças do time.

O time construiu seu sucesso tendo como filosofia a organização administrativa, salários em dia e boa infraestrutura de trabalho. Entre os destaques do clube estavam o meio-campista Cléber Santana, ex-jogador do Atlético de Madri, e o técnico Caio Júnior, com passagem por diversos clubes do futebol brasileiro e também do exterior.

O acidente fez lembrar uma desastre aéreo de 1958 em Munique que matou 23 pessoas, incluindo oito jogadores do Manchester United e jornalistas.

(Reportagem adicional de Julia Symmes Cobb, Helen Murphy e Luis Jaime Acosta, em Bogotá; Daniel Ramos em La Paz; Pedro Fonseca e Caio Saad, no Rio de Janeiro; e Tatiana Ramil, em São Paulo)

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