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Brasil

Retirada dos militares da Amazônia anunciada por Mourão não é luz no fim do túnel, diz especialista

Aparelhamento de órgãos de fiscalização do desmatamento faz com que a retirada dos militares da Amazônia não represente uma luz no fim do túnel para o Brasil, segundo especialista ouvida pela Sputnik Brasil

Hamilton Mourão (Foto: Reuters)
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Sputnik - A retirada dos militares da Amazônia anunciada por Mourão não significa muita coisa para o país, diz especialista ouvida pela Sputnik. O vice-presidente Hamilton Mourão anunciou nesta quarta-feira (10) o novo Plano Amazônia 21/22, que vai substituir a ação militar na Amazônia, a chamada Operação Verde Brasil 2, que acaba no dia 30 de abril.

Para Elizabeth Eriko Uema, secretária-executiva da Ascema (Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente), os órgãos de combate ao desmatamento saem enfraquecidos após a atuação dos militares.

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"Essa notícia da retirada das Forças Armadas da Amazônia não aponta para nenhuma luz no fim do túnel, uma vez que esse poder volta ao órgão de origem, mas o órgão de origem continua totalmente desaparelhado e sendo desmontado por esse governo", afirmou.

Segundo Uema, órgãos responsáveis tradicionalmente pelo combate ao desmatamento, como o Ibama e Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), não possuem pessoas suficientes para fazer a fiscalização.

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"Tem uma coisa extremamente complicada que está acontecendo e pode afetar negativamente todo o processo de combate ao desmatamento, não só na Amazônia como em todo o Brasil, que é o fato de órgãos como o Ibama e o ICMbio estarem hoje quase totalmente aparelhados por policiais militares do estado de São Paulo em cargos de decisão e em cargos estratégicos", disse.

O anúncio de Mourão foi feito durante a 4ª reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), que é presidido pelo vice-presidente.

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O chamado "Plano Amazônia 21/22" consiste, segundo o governo, em "quatro eixos de atuação" que visam, sobretudo, a "priorização de áreas onde a ocorrência da ilicitude pode impactar de maneira mais decisiva os resultados da gestão ambiental; aumento da efetividade da fiscalização e o fortalecimento dos órgãos; contenção dos ilícitos em conformidade com a lei; e disponibilização de alternativas socioeconômicas à população dentro do princípio do desenvolvimento sustentável".

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Elizabeth Eriko Uema criticou o papel desempenhado por militares durante a vigência da Operação Verde Brasil 2.

"Na medida em que eles [Forças Armadas] puxam para si tal papel e deixam os órgãos especialistas no papel de meros coadjuvantes, na nossa opinião, isso teve um custo muito grande e de certa forma explica a explosão do desmatamento na região amazônica", comentou.

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Para a secretária-executiva da Ascema, a fiscalização do desmatamento deve ser feita pelo ICMBio e pelo Ibama.

"Não é função do Exército planejar e atuar na inteligência na questão do desmatamento. Isso é papel dos órgãos ambientais, de órgãos que tem conhecimento, informações e que tem gente especializada que acompanha isso o ano inteiro", completou.

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De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados nesta quarta-feira (10), as 11 cidades com a maior área de desmatamento na Amazônia entre agosto de 2019 e julho de 2020 representam 40,5% do que foi perdido de floresta no período.

Somados, os 11 municípios perderam 3.963,75 km² dos 9.780,56 km² perdidos na Amazônia.

São elas: Altamira (PA), São Félix do Xingu (PA), Porto Velho (RO), Lábrea (AM), Novo Progresso (PA), Itaituba (PA), Apuí (AM), Pacajá (PA), Colniza (MT), Portel (PA), Novo Repartimento (PA).

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