Rocinha e Vidigal livres
Ocupao pelo Bope, realizada nesta madrugada,abala uma estrutura de trfico que faturava R$ 2 milhes por semana. Confira galeria de fotos aqui
O Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) do Rio de Janeiro informou que a comunidade da Rocinha foi tomada às 6h20 deste domingo. Segundo o comando da Operação 'Choque de Paz', nenhum tiro foi disparado até o momento.
Participam da ação três mil homens, apoiados por quatro helicópteros da Polícia Militar, três da Polícia Civil, 18 veículos blindados da Marinha e mais sete da Polícia Militar (caveirões), além de mil policiais militares nas favelas, 1.300 nas ruas do Rio, 194 fuzileiros navais, 186 policiais civis, 160 policiais federais e 46 policiais rodoviários.
Os agentes começaram a avançar por ruas e vielas das favelas da Rocinha e do Vidigal, na zona sul da cidade, as duas últimas grandes comunidades da zona sul carioca que ainda estavam sob domínio do crime organizado, às 4h10 de hoje.
O comandante da Polícia Militar, Coronel Erir Ribeiro, e o comandante do Estado Maior da Polícia Militar, Coronel Alberto Pinheiro Neto, passaram a noite na sede do Batalhão da PM no Leblon, onde está montado o centro de operações, que também é responsável pela divulgação de informações para a imprensa.
Segundo as autoridades, até agora não houve prisões, mas os policiais informaram que os traficantes espalharam óleo combustível nas ruas da Rocinha, em uma tentativa de atrapalhar o avanço dos blindados.
Indústria lucrativa
A ocupação e pacificação da favela de São Conrado, na zona sul carioca, vai abalar uma verdadeira empresa do crime organizado. Com negócios diversificados, bons salários e faturamento semanal de R$ 2 milhões, a "Rocinha S/A" já era uma das bocas de fumo mais rentáveis do Rio desde a década de 1980. Mas a partir de 2007 viu suas transações se multiplicarem.
A virada começou um ano antes, bem longe dali, em algum barraco na Favela das Malvinas, em Macaé, no litoral norte do Rio, onde Rogério Mosqueira Rios, o Roupinol, aprendeu a refinar cocaína. Só em 2006 ele faturou R$ 1 milhão. Em 2007, após ter a refinaria estourada, refugiou-se no Morro do São Carlos, na zona norte carioca, dominada pela facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), a mesma que controlava a Rocinha.
No São Carlos, a técnica de Roupinol encantou os chefões, que logo o enviaram para a Rocinha. Sua missão era turbinar os ganhos na "joia da coroa" do tráfico. Em agosto de 2007, a polícia estourou a primeira refinaria na Rocinha e prendeu Leonardo Assunção, de 27 anos, o Português ou Químico, um dos responsáveis pela produção. Era tarde. Naquele momento, a Rocinha já contava no mínimo com três outras refinarias em funcionamento nas localidades da Cachopa, do Terreirão e na Rua 2, conforme denúncias feitas pelo Ministério Público em novembro do ano passado.
Com o faturamento da Rocinha, o chefe do tráfico local, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, dispunha de dinheiro para resolver o aspecto mais complexo do refino: a compra de produtos controlados, como ácido sulfúrico, ácido clorídrico, éter, álcool PA e acetona.
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