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Brasil

Rosalinda Santa Cruz, presa e torturada: medo é normal, mas é preciso resistência

A professora da PUC-SP e escritora Rosalinda Santa Cruz, presa e torturada na ditadura militar, aponta os desafios de luta num cenário de golpe e ameaças às liberdades individuais; “Vivemos tempos muito difíceis, basta olhar o extermínio dos negros que é promovido nas periferias. Sentir medo desse enfrentamento é normal, porém, a resistência se faz necessária, sempre”, alerta; confira sua entrevista a Isa Penna no programa 'Por que feminista?' desta semana na TV 247

A professora da PUC-SP e escritora Rosalinda Santa Cruz, presa e torturada na ditadura militar, aponta os desafios de luta num cenário de golpe e ameaças às liberdades individuais; “Vivemos tempos muito difíceis, basta olhar o extermínio dos negros que é promovido nas periferias. Sentir medo desse enfrentamento é normal, porém, a resistência se faz necessária, sempre”, alerta; confira sua entrevista a Isa Penna no programa 'Por que feminista?' desta semana na TV 247 (Foto: Lais Gouveia)
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247 - O programa “Por que Feminista?” da última quarta-feira (25), apresentado pela advogada e ativista Isa Penna na TV 247, recebeu a professora da PUC-SP e escritora Rosalinda Santa Cruz, que tem uma extensa bagagem de lutas em defesa de democracia e dos direitos das mulheres. Rosalinda foi militante contra a ditadura militar e presa política.

A entrevistada conta que a primeira feminista que conheceu foi sua mãe. “Mesmo tendo sido criada dentro de um engenho, ela tinha muito conhecimento de vida e dizia para suas filhas: 'mulher não tem que bordar e casar, pensem em suas profissões, todas vocês precisam estudar'”, relembra.

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A mãe à frente de seu tempo se chama Dona Elzita Santa Cruz. Hoje com 104 anos, ela ganhou notoriedade nacional em defesa dos direitos humanos ao denunciar a morte de seu filho e irmão de Rosalinda, Fernando Santa Cruz, membro da Ação Popular Marxista-Leninista e assassinado em 1976 pela ditadura militar.

Luta e tortura

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A professora conta que ingressou na organização de esquerda VAR-Palmares em 1970 e relata como foi presa em 1971. “Estava em meu apartamento e às cinco da manhã invadiram o local, não tinha certeza dos porquês da minha prisão. Depois fui entender que tinha ligação com a captura de camponeses no norte do Pará, que me conheciam. Sob muita tortura eles disseram meu nome aos agentes da ditadura”, relata.

A professora conta que a superação da prisão e da tortura é um processo para a vida toda. “Eu fui presa duas vezes, o primeiro cárcere durou um ano e alguns meses no Rio de Janeiro, passando por torturas de todos os tipos, emocional, pau de arara. A segunda vez eu fui fisicamente menos torturada, mas eu tinha um bebê de cinco meses”, ressalta.

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“Certa vez cheguei em casa, após passar o dia procurando pelo meu irmão, e deparei-me com militares por todos os cantos. Tiraram meu filho do berço e ameaçaram jogá-lo pela janela. 'Comunista não gosta de criança mesmo, diziam'. É terrível como a tortura contra a mulher envolve também a maternidade e a sexualidade”, condena Rosalinda.

Ela finaliza sua participação no programa apontando os desafios de luta num cenário de golpe e ameaças às liberdades individuais. “Vivemos tempos muito difíceis, basta olhar o extermínio dos negros que é promovido nas periferias. Sentir medo desse enfrentamento é normal, porém, a resistência se faz necessária, sempre”, conclui.

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