Rossi: Temer quase "se demitiu" para não ter que ir a velório
O presidente Michel Temer esteve neste sábado (3) "a momentos de demitir-se do cargo de chefe de Estado"; a afirmação é do jornalista Clóvis Rossi, na Folha, em referência ao fato de que o presidente relutou em participar do velório das vítimas da queda do avião da Chapecoense; ele avalia como "absurdo" o temor do presidente em ser vaiado se fosse à arena Condá, onde ocorreu o velório; "Quem entra para a vida pública tem obrigatoriamente que saber que pode tanto ser vaiado como ser aplaudido, um dia ou outro. Pode até ser vaiado hoje e aplaudido amanhã, ao vice-versa. Fugir, esconder-se, não é digno de nenhum homem público, é apequenar-se", ressalta
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247 - O presidente Michel Temer esteve neste sábado (3) "a momentos de demitir-se do cargo de chefe de Estado". A afirmação é do jornalista Clóvis Rossi, na Folha, em referência ao fato de que o presidente relutou em participar do velório das vítimas da queda do avião da Chapecoense.
"O chefe, por tradição imemorial, é quem, em tese, está ao lado dos seus nos bons e nos maus momentos, mais ainda nos piores momentos. É evidente que a alma do brasileiro viveu nesta semana um de seus piores momentos, com a morte dos integrantes da Chapecoense e de toda uma equipe de jornalistas. Por isso mesmo, qualquer chefe digno desse nome teria tomado a decisão de acompanhar os passos que foram sendo dados para o atendimento aos sobreviventes e para o sepultamento dos mortos, afinal marcado para este sábado. Tenho a mais absoluta certeza de que animais políticos como Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, para citar apenas dois dos antecessores de Temer que conheço melhor, teriam, de repente, viajado até a Colômbia, como demonstração física e concreta de solidariedade. Ou, no mínimo, para agradecer ao presidente Juan Manuel Santos, encarnação da Colômbia, a atenção e a solidariedade prestadas aos brasileiros, conforme relatos absolutamente unânimes da mídia", diz Rossi.
Ele avalia como "absurdo" o temor do presidente em ser vaiado se fosse à arena Condá, onde ocorreu o velório. "Quem entra para a vida pública tem obrigatoriamente que saber que pode tanto ser vaiado como ser aplaudido, um dia ou outro. Pode até ser vaiado hoje e aplaudido amanhã, ao vice-versa. Fugir, esconder-se, não é digno de nenhum homem público, por mais que uma considerável quantidade de homens públicos brasileiros demonstre não ter a mais leve noção do que é ser republicano. Fugir é apequenar-se, é demonstrar que não está à altura do cargo a que o acaso o conduziu, em circunstâncias distantes da limpidez absoluta que se exige para ocupá-lo", ressalta.
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