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Rubens Valente: País acessa de graça imagens iguais às do satélite que governo quer comprar

Segundo especialistas, o Ministério da Defesa quer comprar por R$ 145 milhões um satélite para captar imagens que o país já acessa sem custo algum

(Foto: Divulgação)
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247 - "Imagens de satélite do tipo radar que revelam desmatamentos na Amazônia mesmo em regiões cobertas por nuvens são acessadas de forma gratuita e já podem ser usadas pelo governo nas ações de fiscalização ambiental desde, pelo menos, junho passado. É o que informaram dois especialistas", escreve Rubens Valente em sua coluna no UOL. 

O colunista denuncia que a suposta falta de acesso às chamadas imagens-radar é a justificativa apresentada pelo Ministério da Defesa para a aquisição de um microssatélite no valor de R$ 145 milhões. 

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O Ministério da Defesa alega que atualmente o Inpe não teria a capacidade de "ver" o solo da região amazônica na época das chuvas, por causa das nuvens.

"A coluna apurou, contudo, que imagens desse tipo já são acessadas pelo Inpe e, a partir dele, podem ser analisadas por diversos técnicos brasileiros, inclusive os envolvidos na operação GLO (Garantia da Lei e da Ordem) chamada de "Operação Verde Brasil 2" e comandada pelo MD. Os dados podem ser baixados pelos pesquisadores a partir de um endereço da ESA (Agência Espacial Europeia) na internet".

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"A política da ESA é de acesso livre e o interessado consegue baixar e utilizar as bases de dados, desde que tenha suficiente preparo técnico. O acesso é gratuito, mas a ciência por trás da análise e da interpretação do material não é simples, dizem os especialistas que pediram para não ter os nomes divulgados".

"São imagens-radar obtidas pelo satélite Sentinel-1 que opera na banda, ou faixa de frequência, C, e foi lançado ao espaço em 2014 pela ESA. Para os especialistas, o valor que vem sendo divulgado pelo MD só poderia comprar um satélite da banda X, que é considerada inferior à banda C. Ou seja, nesse cenário o Brasil pagaria R$ 145 milhões por uma tecnologia que possibilitaria imagens que o país já tem de graça e em melhor qualidade".

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"O MD se recusa a fornecer detalhes sobre o satélite que pretende comprar, incluindo a banda que está buscando. A banda é determinante para saber a eficácia do equipamento sobre o terreno amazônico. Indagado pela coluna pelo menos duas vezes em uma semana, o MD não informou a banda".

"Estima-se que um satélite de banda C, como o Sentinel-1, custe dez vezes mais do que um da banda X. O microssatélite que produz imagens-radar é do tamanho aproximado de uma caixa de sapato, com peso máximo de 500 kg. O Sentinel-1 é do tamanho de um Fusca e pesa cerca de 2,3 toneladas. Ele foi avaliado, quando do seu lançamento em 2014, em 280 milhões de euros, ou R$ 1,8 bilhão pelo câmbio desta quinta-feira (28)".

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