Samu sem recursos: governo federal ignora atendimento móvel de urgência na pandemia
O Ministério da Saúde não fez nenhum repasse extraordinário ao Samu, cuja demanda aumentou durante a pandemia de Covid-19
Por Paulo Henrique Arantes, para o 247 - Quem já precisou de transporte urgente por motivo de saúde sabe o quanto é alentador o momento em que surge a viatura vermelha do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mais um componente positivo do sistema de saúde brasileiro desprezado pelo Governo Federal. Em audiência pública virtual realizada pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara na segunda-feira (7), veio à tona que o Ministério da Saúde não fez nenhum repasse extraordinário ao serviço, cuja demanda aumentou durante a pandemia de Covid-19.
A denúncia foi feita pela coordenadora-geral do Samu 192 no Sudoeste do Paraná, Kelly Cristina Custódio dos Santos, e Rosângela Belo, do Cisbaf (Consórcio Intermunicipal Saúde Baixada Fluminense). Além disso, o presidente do Ciruspar (Consórcio Intermunicipal da Rede de Urgência do Sudoeste do Paraná), Disnei Luquini, informou que os valores repassados ao Samu pelo Governo Federal não são reajustados desde 2013. Luquini destacou que 50% dos investimentos no serviço deveriam ser feitos pelo Governo Federal, enquanto estados e municípios arcariam com 25% cada um.
“Hoje os municípios arcam com 50% dos serviços e bancam essa conta, muitas vezes tirando de outras secretarias para garantir que as bases de atendimento à população continuem funcionando”, disse Luquini.
A audiência pública foi solicitada pela deputada Leandre Dal Ponte (PV-PR), que diz o seguinte sobre o problema: “Para poder habilitar determinados serviços em municípios maiores, é preciso ter a cobertura do Samu, a exemplo do programa ‘Melhor em Casa’, que leva atendimento médico até a casa de pessoas com necessidade de reabilitação e idosos”.
Deputados deverão encaminhar ao Ministério da Saúde solicitação de crédito extraordinário para auxiliar os municípios a custearem os serviços de atendimento móvel de urgência. Segundo Dal Ponte, a Confederação Nacional dos Municípios comprometeu-se no mesmo sentido.
