Sistema prisional avança no controverso caminho da privatização

247 - "Dos grandes massacres que o País viu desde o Carandiru, um número considerável ocorreu em penitenciárias nas quais o Estado repassara ao menos um serviço essencial a um ente privado", escreve Thais Reis Oliveira na Carta Capital. Segundo a jornalista, "o modelo privado é, porém, raridade: opera em apenas 32 das mais de 2,6 mil prisões brasileiras, em unidades divididas por oito estados. Esse número deverá crescer exponencialmente nos próximos anos, pois a privatização é bandeira de campanha de vários governadores eleitos".

 Irmã Petra Pfaller, coordenadora nacional da Pastoral Carcerária, visitou dois presídios na Bahia, um privatizado, na cidade de Eunápolis, e outro, de administração estadual, na cidade de Teixeira de Freitas. De acordo com ela, a superlotação e o mau cheiro eram comuns a ambas, relata. Mas na cadeia privada o medo e a repressão faziam parte do cotidiano. 

"Nos disseram que tem muitos estudantes. Mas as salas de aula são minúsculas e os presos não falam nada sobre a escola", disse Petra à revista. Outras reclamações foram a falta de medicamentos, o racionamento de água , as restrições ao banho de sol e o veto aos alimentos levados por familiares.

São Paulo é o estado com processo de privatização de presídio mais adiantado. A jornalista destaca que "o governador João Doria anunciou a entrega, até o fim do ano, de quatro unidades prisionais à administração privada: Registro, Aguaí e os complexos Gália I e II, na região de Marília".

Presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo, Fábio Jabá relata à repórter a insatisfação dele. "É a velha lógica do PSDB: sucateia, diz que não funciona e vende".

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