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    Solecismos e outras bobagens "MEC-apoiadas"

    Sim, senhoras e senhores, nossos alunos recebem livros para ensinar o que é errado

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    O presidente Lula tem e teve os seus méritos à frente da atual sétima maior economia mundial, principalmente pelo carisma, capacidade de articulação política e oratória.

    Demérito, claro - e isso ninguém nega – face a sua capacidade de lidar com a norma culta. Ele era especialista na inadequação de estruturas sintáticas de frases, praticando o que se chama de solecismo.

    Por acaso, eu sabia que um dia isso ia virar escola. Melhor: virou livro e atente para a frase: "Nós pega o peixe".

    O que há de errado nesta frase se for proferida pelo ex-presidente? Nada. Mas e se ela estiver num livro de alfabetização? Sim, senhoras e senhores, um livro para ensinar o que é errado.

    Segundo consta, o livro rodou quase 500 mil exemplares distribuídos para uma população do programa EJA - Educação para Jovens e Adultos. Rendeu a editora 5 milhões de reais. 700 mil pilas para a autora que saiu em defesa de sua obra em cadeia nacional.

    Ruy Castro, escritor e jornalista, afirmou que a obra que mais lhe rendeu foi a biografia do Garrincha (Estrela Solitária): 70 mil reais. Paulo Coelho raramente roda mais do que 100 mil exemplares de qualquer livro de uma só vez porque há o risco do encalhe. Mas, por outro lado, vender pro governo é ótimo, já se sai com meio milhão de cópias garantidas. Ah sim, ia esquecendo: independente do conteúdo se bom ou ruim e do ponto-de-vista de quem lê (se sabe ler...).

    Aliás, quem se lembra da última polêmica envolvendo livros do MEC, com o conto "Obscenidades para uma dona-de-casa" de Ignácio de Loyola Brandão?

    Voltando ao assunto, como afirmou Heloisa Ramos, autora do livro que é o cerne da polêmica, "O ensino que a gente defende e quer da língua é um ensino bastante plural, com diferentes gêneros textuais, com diferentes práticas, diferentes situações de comunicação para que essa desenvoltura linguística aconteça".

    Vicente Matheus, (quem não se lembra?) lendário dirigente do Timão, disparava algumas de suas hilárias pérolas linguísticas contextualizadas para o esporte bretão o que gravava de normalidade, mormente pela originalidade.

    Certa vez, fraseou ao considerar um jogador não disponível para empréstimo como um jogador "imprestável". Fazia sentido caricato. E só. A graça acabou.

    Afinal, se meus filhos, netos disserem "Os livro mais interessante estão emprestado" e se eu eventualnte repreendê-los, posso ser considerado um preconceituoso linguístico e - como dizem na televisão - preconceito é crime! Posso até ir pro xilindró (já que é pra usar o popular).

    E o livro insiste: "Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever tomando as regras estabelecidas para norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas (...) "Não queremos ensinar errado, mas deixar claro que cada linguagem é adequada para uma situação", alega a autora.

    Ora, ora, então pra que serve a escola? E o professor?

    Pra que serve quem escreveu isso?

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