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SUS gastou R$ 886 milhões no tratamento de feridos por armas de fogo em 15 anos, diz estudo

Em 2022, o custo médio de uma internação por agressão com arma de fogo atingiu R$ 2.391, enquanto a despesa pública federal per capita em saúde foi de apenas R$ 737,89

(Foto: © Reuters/Pilar Olivares/Direitos Reservados)
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247 - As hospitalizações de vítimas de ferimentos causados por arma de fogo no Brasil resultaram em um custo de R$ 886 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS) ao longo dos últimos 15 anos, segundo dados do Instituto Sou da Paz, que destaca a violência armada como responsável por cerca de 300 mil internações no país entre os anos de 2008 e 2022.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o estudo aponta que, embora as estatísticas mostrem uma tendência de queda desde 2018, os números permanecem em patamares preocupantes. 

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“No ano passado, o sistema público de saúde desembolsou R$ 41 milhões para atendimento hospitalar de 17,1 mil baleados, segundo dados do SIH (Sistema de Informações Hospitalares) do SUS. O montante seria suficiente para custear quase 1 milhão de mamografias ou 10 milhões de hemogramas completos”, ressalta a reportagem. >>> Lula assina decreto que dobra imposto sobre armas e munições

A diretora-executiva do Sou da Paz, Carolina Ricardo, destaca que "o custo de cada internação por arma de fogo é 3,2 vezes maior que o gasto federal com saúde per capita ao ano. Isso mostra que são casos bastante complexos, e que, apesar da queda, continua sendo um valor alto proporcionalmente ao que se gasta com saúde".

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Em 2022, o custo médio de uma internação por agressão com arma de fogo atingiu R$ 2.391, enquanto a despesa pública federal per capita em saúde foi de apenas R$ 737,89. Vale ressaltar que esse valor não reflete a totalidade dos gastos públicos com o atendimento a essas vítimas, uma vez que estados e municípios também têm despesas próprias com saúde.

A pesquisa atribui a redução nos gastos com internações a uma combinação de fatores, como a diminuição dos crimes violentos, a defasagem nos preços de referência da tabela SUS, e a gravidade dos casos que demandaram atendimento. Carolina Ricardo enfatiza que "quando a gente olha os casos mais graves, que são os mais caros [para o sistema de saúde], eles também caem bastante nos últimos anos".

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O levantamento indica, ainda, uma mudança no perfil das internações, destacando que os casos de alta letalidade deixaram de ser predominantes em 2015, seguindo uma tendência decrescente desde então. Contudo, as internações de pacientes menos graves registraram um aumento nos últimos dois anos, após uma queda acentuada entre 2017 e 2020. No ano passado, os casos de baixa gravidade representaram 44% das internações, em comparação com 27% de casos mais graves; há ainda 29% de casos de gravidade "intermediária".

A pesquisadora sugere que essa variação pode estar associada à maior circulação de armas no país, decorrente da facilitação do acesso para a população civil durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). 

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"Uma hipótese é que esse tipo de internação pode ser fruto de situações mais corriqueiras, quando alguém atira em uma briga, por exemplo, que é algo diferente de uma execução", observa Carolina. Ela chama a atenção para as regiões Sul e Centro-Oeste, onde o percentual de acidentes é maior do que em outras regiões, atribuindo isso à alta concentração de armas de fogo nessas áreas.

Em âmbito nacional, as agressões intencionais prevalecem como principal causa dos ferimentos por arma de fogo, correspondendo a 75% dos casos. Já os acidentes foram apontados como causa em 17% das ocorrências. As regiões sul e centro-oeste foram as únicas em que os acidentes ficaram acima da média nacional, registrando 32% e 26%, respectivamente.

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A pesquisa também revela que 9 em cada 10 pacientes internados por violência armada no Brasil são homens. Jovens correspondem a pouco mais da metade das vítimas, e as pessoas negras representam 57% do total. 

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