Temer pode ter confessado crime que ninguém lhe atribuiu
Passou despercebido, mas no discurso parte da delação da JBS, Michel Temer deu duas informações importantes: primeiro, justificou o pagamento a Eduardo Cunha como um tipo de ajuda humanitária à família do ex-deputado, ou seja, não negou que parte da conversa com Joesley Batista dizia respeito a repasses a um preso da Lava Jato. Em segundo, e mais curioso, disse: "Não solicitei que isso acontecesse e somente tive conhecimento desse fato nessa conversa pedida pelo empresário". Temer rebateu um crime (o de solicitar o pagamento) que ninguém disse que ele cometeu, apontou Janio de Freitas
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Do Jornal GGN - Passou despercebido, mas no discurso parte da delação da JBS, Michel Temer deu duas informações importantes: primeiro, justificou o pagamento a Eduardo Cunha como um tipo de ajuda humanitária à família do ex-deputado, ou seja, não negou que parte da conversa com Joesley Batista dizia respeito a repasses a um preso da Lava Jato. Em segundo, e mais curioso, disse: "Não solicitei que isso acontecesse e somente tive conhecimento desse fato nessa conversa pedida pelo empresário". Temer rebateu um crime (o de solicitar o pagamento) que ninguém disse que ele cometeu, apontou Janio de Freitas, na Folha deste domingo (4).
Para o jornalista, o fato é que tudo indica que os pagamentos mensais a Eduardo Cunha e Lucio Funaro tinham o objetivo de mantê-los longe de tratativas em torno de delações premiada. O discurso de Temer, rebatendo a possibilidade de ter solicitado esse pagamento por Geddel Vieira Lima a Joesley Batista, mostra mais um caminho a ser trilhado pela Lava Jato.
"(...) cabe ao Supremo, à Polícia Federal e à Lava Jato explicar por que Joesley Batista e Michel Temer encontravam-se com igual necessidade [de ficar "de bem" com Cunha]", disse Janio. Leia aqui a íntegra da coluna.
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