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Brasil

Tensão grevista opõe estilos de Dilma e Lula

Presidente avisa que reajuste a servidores públicos não está entre suas prioridades; com o ex-metalúrgico, funcionalismo nunca fez movimento de extensão nacional; hoje diálogo está travado; CUT vai à OIT para reclamar de "autoritarismo"

Tensão grevista opõe estilos de Dilma e Lula (Foto: Edição/247)
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247 - A greve dos servidores públicos federais está deixando mais claro do que nunca a diferença de estilos entre os dois políticos mais populares do País. A presidente Dilma Rousseff, que detém 59% de intenções de voto para as eleições presidenciais de 2014, segundo pesquisa CNI, está de um lado. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com 69% no mesmo levantamento, de outro. Entre eles, a ira crescente de 30 categorias da administração pública, que estão pelas ruas, praças e avenidas multiplicando manifestações de críticas ao governo, enquanto permanecem sem trabalhar. Já há mais de uma cena com a imagem da presidente sendo queimada, mas, fiel ao seu estilo, isso parece incomodá-la. Ao contrário, no sábado 12 Dima afirmou estar preocupada, isso sim, com o emprego de quem não tem estabilidade no trabalho, como se desferisse um petardo contra as revindicações dos grevistas, todos eles estáveis em seus empregos públicos. Além disso, informou que atender as revindicações dos servidores não está entre as suas prioridades neste momento. 

Trombar de frente com categorias profissionais nunca fez parte do cartel de atitudes de Lula. Quando na Presidência, ele operou uma política administrativa que abriu dezenas de concursos para a contratação, com estabilidade, de grandes contingentes para o funcionalismo. Ao lado disso, distribuiu, homeopaticamente, ao longo do tempo, reajustes salariais diferenciados que jamais permitiram a tantas categorias se unirem, em críticas e greve, como agora. Na condição de ex-sindicalista, ele agiu matreiramente e nunca teve problemas como os que Dilma enfrenta agora.  

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Para deixar ainda mais nítida essa diferença, a assessoria de Lula informou que, ao contrário do que foi divulgado, ele não foi procurado pela presidente Dilma para auxiliá-la neste assunto. O que o ex-presidente pode fazer, efetivamente, foi recomendar à CUT para não radicalizar contra o governo de sua ex-ministra e amiga pessoal, numa tentativa de conciliação típica de seu perfil.

Enquanto Dilma enfrenta e Lula tenta colocar panos quentes, o certo é que o movimento grevista só faz esquentar. A paralisação entre a Polícia Federal, por exemplo, tem provocado congestionamento em aeroportos e atraso em serviços como a concessão de passaportes. O movimento já ameaça se estender para a Polícia Rodoviária, que pode deixar as estradas sem fiscalização. A repercussão das greves nesses setores tem potencial para afetar a imagem pública da presidente Dilma, mas ela parece, realmente, não se preocupar muito com isso. Tanto que mesmo a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, insiste na postura de não apresentar uma proposta global para atender, ao menos em parte, as reposições salariais pedidas pelo funcionalismo.

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O governo não quer se arriscar a um desequilíbrio de contas para contemplar os grevistas. Neste momento, porém, o País tem boa situação fiscal e os recursos parecem existir sem que, inevitavelmente, as finanças públicas sofram. Mas nada capaz de alterar, ainda, o estilo Dilma de ser presidente, em tudo diferente do jeitinho Lula de lidar com as crises do seu tempo.

 

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