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“Uso de armas químicas por Israel é uma grave violação do direito internacional”, diz Pedro Serrano

Jurista expressou preocupação com ataques de Israel na Faixa de Gaza usando fósforo branco, que provoca queimaduras severas, pode corroer ossos e provocar falência dos órgãos

Pedro Serrano e ataque de Israel contra Gaza usando fósforo branco (Foto: Reprodução)

247 - O advogado Pedro Serrano, professor de Direito Constitucional da PUC-SP, afirmou nesta quinta-feira (12) que Israel está cometendo grave crime contra o direito internacional ao usar bombas de fósforo branco nos atasques à Faixa de Gaza. "Em sendo verdadeira a informação é muito grave o ocorrido, o uso desse tipo de arma química, em qualquer conflito, é inadmissível e implica grave ataque ao direito internacional e aos direitos humanos . Grave acusação contra Israel", afirmou Serrano. 


A Human Rights Watch (HRW), uma das principais organizações de direitos humanos globalmente reconhecidas, afirmou ter examinado evidências visuais que documentam "múltiplas explosões aéreas de fósforo branco" efetuadas pelas forças armadas israelenses sobre o porto de Gaza e em duas zonas rurais na fronteira entre Israel e o Líbano, nos dias 10 e 11 de outubro. A organização expressou preocupações de que o uso desse tipo de armamento "coloca em perigo a integridade física dos civis, sujeitando-os a ferimentos graves e duradouros", infringindo princípios estabelecidos no âmbito do direito humanitário internacional.

O Ministério da Defesa da Palestina também acusou Israel de empregar fósforo branco na Faixa de Gaza, uma região onde vivem mais de dois milhões de civis.

O emprego de armas de fósforo branco é proibido pelas normativas das Nações Unidas, e o seu uso pode ser interpretado como um crime de guerra. Esse material inflama espontaneamente quando entra em contato com o oxigênio do ar. Em contato com a pele, provoca queimaduras severas, podendo danificar os ossos e levar à falência múltipla dos órgãos. A recuperação de ferimentos causados por fósforo branco é notoriamente complexa.

A diretora da HRW para a região do Oriente Médio e Norte da África, Lama Fakih, destacou: "Sempre que o fósforo branco é utilizado em áreas densamente povoadas, isso acarreta um alto risco de causar ferimentos dolorosos e sofrimento ao longo da vida para aqueles atingidos". Ao entrar em contato com a pele, o fósforo branco pode queimar as pessoas termicamente e quimicamente até o osso, pois é altamente solúvel em gordura e, portanto, na carne humana.