'Vamos usar a linguagem que os evangélicos entendem', diz pastor membro da campanha de Lula
"Bolsonaristas usam essa linguagem para manipular, então por que não podemos usá-la para libertar?", provoca o pastor Paulo Marcelo Schallenberger
247 - Ex-apadrinhado político do deputado federal Marco Feliciano (PL-SP), o pastor Paulo Marcelo Schallenberger, 46, ligado à Assembleia de Deus no Brasil, participa da campanha do ex-presidente Lula (PT) à Presidência da República. O religioso no início de março, será convidado dos primeiros episódios de um podcast do PT voltado para o público evangélico.
Schallenberger disse ao jornal O Globo que a campanha de Lula pretende 'usar a linguagem' dos evangélicos. "As pessoas não entendem que os evangélicos não são um bloco único. O maior núcleo do bolsonarismo está nas igrejas pentecostais, principalmente a Assembleia de Deus, com a qual o PT nunca teve muito diálogo. Por isso, vamos usar a linguagem que o povo pentecostal entende".
Ele detalhou: "o podcast tem o objetivo de viralizar nas redes, para desmistificar ao máximo as posições de Lula para o povo evangélico. Só que vamos enfrentar esse debate na linguagem espiritual também. A fé é algo que você não consegue explicar, você sente. Os bolsonaristas usam essa linguagem para manipular, então por que não podemos usá-la para libertar esse povo? Se dizem que Bolsonaro é um escolhido de Deus, por conta da facada, eu pretendo trazer outra mensagem: Lula é um homem que Deus permitiu que passasse 580 dias preso e saísse da Polícia Federal em Curitiba para ser presidente. Lula tirou milhões da fome, levou água para o sertão. Vou levar ao podcast um versículo, que eles gostaram, de um livro bíblico chamado 'Lamentações', no qual o profeta Jeremias diz o seguinte: 'Quero trazer à memória o que me pode dar esperança'. Qual é a memória? Poxa, eu tinha tudo no governo Lula, e depois fui enganado".
Perguntado sobre a situação de pautas como homofobia e legalizaçã do aborto diante do diálogo com evangélicos, ele afirmou: "criou-se um antagonismo entre militância de esquerda e evangélicos. Primeiro, é mostrar para a militância que nem todo evangélico é extremista, homofóbico. E vamos desconstruir os ataques. Quando falarem de família, eu disse ao Lula: 'Presidente, o senhor foi casado 47 anos com a mesma esposa (Marisa Letícia), e Bolsonaro está na terceira'. Não vamos fugir da pauta aborto, mas temos que separá-la: o Lula pai, avô e filho é contra, mas o Lula presidente precisa ouvir, conversar, até porque não é uma pauta unilateral, depende do Congresso".
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