Vaza Jato diz que FHC tentou interferir na Venezuela
Revelações do Intercept Brasil apontam que o ex-presidene FHC discutiu com a Transparência Internacional a possibilidade de abrir processos contra autoridades da Venezuela; a Vaza Jato também revelou que Sérgio Moro sugeriu a Deltan Dallagnol o vazamento de dados sobre pagamentos da Odebrecht no país vizinho; o objetivo seria desestabilizar Nicolás Maduro
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247 - Novas revelações do Intercept Brasil apontam que o ex-juiz Sérgio Moro sugeriu ao procurador Deltan Dallagnol o vazamento de dados sobre pagamentos da Odebrecht na Venezuela para desestabilizar o regime de Nicolás Maduro. Também foi revelado que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso discutiu com a Transparência Internacional (TI) a possibilidade de abertura de um processo contra autoridades do país vizinho.
“FHC veio conversar comigo no final e disse que é uma boa ideia”, teclou o diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Brandão, numa mensagem enviada a Dallagnol em outubro de 2017.
Confira um trecho do diálogo entre Bruno e Dallagnol, datado de 31.out.2017:
15:53:40 Bruno - Delta, tudo bem? Voltei hj e já estou novamente na ativa.
15:55:49 Bruno - Estou num debate sobre Venezuela na Fundação FHC e queria comentar que a TI está defendendo, junto à FTLJ, que se abram processos extraterritoriais contra autoridades venezuelanas.
15:59:13 Bruno - Alguma objeção?
19:51:31 Deltan - Sem objeções
19:51:50 Deltan - É até bom pra testar terreno Bruno
20:04:16 Bruno - FHC veio conversar comigo no final e disse que é uma boa ideia
20:04:27 Bruno - outros vieram tb
Também vale ressaltar que, segundo a reportagem, o procurador Vladimir Aras teria organizado a acolhida de dois procuradores venezuelanos que vieram ao Brasil em segredo para trabalhar nos documentos. Dois procuradores de Curitiba ofereceram suas casas e Dallagnol pediu ajuda à Transparência Internacional para que a ONG financiasse a estadia deles no Brasil.
“Vcs que queriam leakar as coisas da Venezuela, tá aí o momento. A mulher está no Brasil”, escreveu o procurador Paulo Galvão a colegas do MPF-PR. Como se Galvão estivesse brincando, os colegas reagiram com ironias.
Semanas depois, já em outubro, Ortega pulbiocu em seu site dois vídeos que eram trechos de depoimentos do ex-diretor da Odebrecht na Venezuela Euzenando Azevedo, nos quais ele admite ter repassado US$ 35 milhões da empreiteira à campanha eleitoral de Maduro.
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