Venda de armas e munições dispara por temor de que Lula revogue decretos armamentistas de Bolsonaro
"Virou uma corrida armamentista louca. O povo está estocando munição", conta o dono de um estande de tiro em Goiânia (GO)
247 - O temor de que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), revogue os decretos de Jair Bolsonaro (PL) que facilitaram o acesso a armas e munições por civis tem levado a um aumento na procura pelos armamentos. “Virou uma corrida armamentista louca agora. O povo está estocando munição, enchendo o paiol”,disse Leder Pinheiro, dono de um estande de tiro em Goiânia (GO), ao Metrópoles.
De acordo com a reportagem, o fluxo de vendedores informais, por meio do uso de aplicativos de mensagens, foi intensificado após as eleições. “A venda é feita de CAC para CAC. Nesse tipo de transação, o pagamento é feito por Pix e a arma é transferida no prazo de 15 dias. O tempo para comprar um armamento novo é mais demorado”, ressalta o texto.
Atualmente, o chamado grupo dos CACs (colecionadores, atiradores e caçadores) possuem autorização para ter até 60 armas de fogo, sendo 30 de calibre permitido e 30 de calibre restrito. Caso os decretos armamentistas sejam derrubados, o número de armas passaria para 10 unidades por pessoa.
Os decretos armamentistas do governo Jair Bolsonaro elevaram em 472,6% o número de brasileiros registrados como CACs nos últimos quatro anos. Em paralelo, a quantidade de registros de clubes de tiros cresceu 113%, passando de 163 em 2018 para 348 em 2021.
“Muita gente que se diz CAC, na verdade só se colocou esse rótulo de atirador esportivo pela vontade de andar armado. Não é a pessoa que de fato quer fazer um lazer no clube de tiro e quer competir. É uma distorção do sistema”, disse Bruno Langeani, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz.
Ainda segundo ele, “quem está se beneficiando mais fortemente é o crime organizado. São eles que têm dinheiro para comprar todo esse limite (de armas) e depois desviar”.
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