Vereador do PL preso por estupro passa a ser investigado também por pedofilia
O parlamentar está preso desde 9 de outubro, após seis mulheres o acusarem de crimes sexuais, incluindo estupro e importunação
247 - O vereador de Piracicaba (SP) Cássio Luiz Barbosa, conhecido como Cássio Fala Pira (PL), tornou-se alvo de um novo inquérito policial, desta vez por suposta posse de imagens de abuso sexual infantil. A informação foi revelada em reportagem do Metrópoles, que teve acesso a documentos utilizados pela Justiça para embasar diligências no caso.
O parlamentar está preso desde 9 de outubro, após seis mulheres o acusarem de crimes sexuais, incluindo estupro e importunação. Os episódios denunciados teriam ocorrido entre 2015 e 2018, segundo decisão judicial citada pela reportagem. A investigação por posse de imagens de abuso infantil havia sido aberta em 2022, mas somente agora ganhou impulso, após a apreensão do celular do vereador.
Inquérito sob sigilo e apreensão do celular
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso é conduzido pela Delegacia Seccional de Piracicaba. Embora o inquérito tenha sido instaurado há três anos, Cássio ainda não foi ouvido. A apreensão do telefone celular ocorreu, segundo a polícia, para auxiliar na análise de conteúdos considerados relevantes para a investigação.
Defesa nega envolvimento e aponta motivação política
O advogado José Osmir Bertazzoni, que representa o parlamentar, sustenta que o material encontrado não pertence ao vereador e que ele apenas recebeu as imagens como parte de uma denúncia encaminhada por terceiros. “As imagens de abuso sexual infantil foram encaminhadas ao vereador ‘no formato de denúncia contra outra pessoa’”, afirmou ao Metrópoles.
Segundo o defensor, Cássio comunicou o recebimento do conteúdo na própria Câmara Municipal, onde teria informado que formalizaria a denúncia. Bertazzoni diz que o episódio foi devidamente esclarecido no inquérito, o qual corre sob sigilo, e que não resultou em qualquer consequência legal para o parlamentar.
Ele afirma ainda que a retomada do assunto surpreendeu a defesa: “O esclarecimento não teve ‘nenhuma consequência judicial’. Por isso, causou surpresa à defesa ‘a utilização desse episódio contra o vereador nesta oportunidade’”, disse. O advogado reforça que “o senhor Cássio é inocente e está sendo objeto de perseguição por motivos políticos. Ao final será comprovada a inocência dele”.
Salário suspenso e disputa judicial
Cássio Fala Pira foi afastado do cargo na Câmara Municipal dois dias depois de ter sido preso, em decisão administrativa tomada pelo presidente da Casa, Rerlison Rezende (PSDB). O afastamento não tem prazo definido e resultou na suspensão imediata do salário do parlamentar — medida adotada sem ordem judicial.
A defesa então acionou o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) solicitando o restabelecimento do pagamento e o recebimento retroativo dos vencimentos que deixaram de ser depositados desde a suspensão, acrescidos de correção monetária.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) informou não ver “interesse público” no pedido e optou por não se manifestar.
Na última sexta-feira (28/11), o juiz Wander Pereira Rossette Júnior, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Piracicaba, decidiu não conceder liminar que restabeleceria o pagamento imediato do salário. O magistrado, entretanto, adiou a análise do pedido principal, mantendo o processo em tramitação.
Situação atual
Enquanto a Justiça avalia o recurso sobre o salário e o inquérito de 2022 segue sob sigilo, Cássio permanece preso temporariamente. As denúncias de estupro e importunação sexual continuam sendo apuradas em paralelo, ampliando o cerco judicial em torno do vereador.
