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Brasil

Vicentinho sobre líder do MBL: “Jovem negro usado pela direita branca”

Convidado a representar o DEM numa sessão da Câmara, o coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL) Fernando Holiday proferiu um discurso de ódio e preconceito ao disparar contra o Hino à Negritude e as cotas raciais; ele agrediu diretamente o deputado Vicentinho (PT-SP), autor do projeto de lei que propôs a instituição do hino, e rasgou a página onde estava impressa a letra do hino; "Não é uma violência contra mim pessoalmente. É uma violência contra o povo negro, contra o povo escravo, contra Mandela...Uma coisa realmente inaceitável", comentou o deputado; "Lamentavelmente, um jovem negro sendo usado pela direita branca desse país", completou; texto de Conceição Lemes, do Viomundo

Convidado a representar o DEM numa sessão da Câmara, o coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL) Fernando Holiday proferiu um discurso de ódio e preconceito ao disparar contra o Hino à Negritude e as cotas raciais; ele agrediu diretamente o deputado Vicentinho (PT-SP), autor do projeto de lei que propôs a instituição do hino, e rasgou a página onde estava impressa a letra do hino; "Não é uma violência contra mim pessoalmente. É uma violência contra o povo negro, contra o povo escravo, contra Mandela...Uma coisa realmente inaceitável", comentou o deputado; "Lamentavelmente, um jovem negro sendo usado pela direita branca desse país", completou; texto de Conceição Lemes, do Viomundo (Foto: Paulo Emílio)
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Por Conceição Lemes, do Viomundo21 de março de 1960, Joanesburgo, África do Sul: 20 mil pessoas protestavam contra a Lei do Passe, que obrigava os negros a usarem um cartão onde constavam os locais em que tinham permissão para circular.

Apesar da manifestação pacífica, a polícia do apartheid abriu fogo contra a multidão desarmada. Resultado: o Massacre de Sharpeville, com 69 mortos e 186 feridos.

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Em homenagem às vítimas dessa carnificina, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o 21 de março o Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial.

A Câmara dos Deputados celebrou a data nessa terça-feira, 22, realizando o debate Discriminação Racial no Brasil.

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A liderança do DEM na Câmara convidou para representar o partido no evento o coordenador nacional do fascista Movimento Brasil Livre (MBL), o jovem Fernando Holiday.

Alguns trechos da fala dele:

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Eu tive de ouvir aqui muitos absurdos, entre os quais — o mais absurdo —, o tal do Hino à Negritude.

Um hino que, senhores, eu não consigo ver de outra forma, se não como um hino de segregação, se não como um hino que tenta, mais uma vez, como é de praxe da esquerda, separar o povo. Separar o povo entre brancos e negros, gays e héteros, religiosos e ateus.
(...)

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Eu penso totalmente diferente de todos que falaram até aqui neste momento.

Eu penso, senhor Deputado Vicentinho que o hino aqui proposto por V.Exa. merece a lata do lixo.

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(...)

Eu também ouvi aqui muitos dizerem que a nossa sociedade é cheia de machistas e brancos racistas. Vi aqui defenderem as cotas raciais.

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(...)

Eu não defendo as cotas raciais. Muito pelo contrário.

Acho, assim como grandes autores, como Thomas Sowell , Robert Williams que as cotas reforçam o racismo. É isso que a gente vê pelo mundo.

Eu acredito que os negros, podem sim, alcançar a vitória, eu acredito que os pobres podem, sim, alcançar a vitória, mas não por meio de migalhas do Estado.

Como diria, agora aqui parafraseando Thomas Sowell sobre este Plenário e sobre os discursos que vi, aqui não há defensores dos negros e dos pobres. O que há aqui são verdadeiros (nas palavras de Thomas Sowell) charlatões descarados.

Confira abaixo a íntegra do discurso. É estarrecedor o momento em que o coordenador do MBL rasga a página em que está impressa o Hino à Negritude. Agride diretamente o  deputado Vicentinho (PT-SP), autor do projeto de lei que propôs a instituição do hino, aprovado pela Câmara e pelo Senado.

Conversei com Vicentinho sobre o episódio. Sempre alegre, disposto a conversar, ele estava triste, perplexo.

"É como se rasgasse a bandeira do Brasil, porque o hino já é lei", afirma.

"Foi um gesto altamente agressivo, desrespeitoso, um dos mais horríveis que já vi aqui na Câmara ", prossegue. "Não é uma violência contra mim pessoalmente. É uma violência contra o povo negro, contra o povo escravo, contra Mandela...Uma coisa realmente inaceitável. "

"Lamentavelmente, um jovem negro sendo usado pela direita branca desse país", arremata Vicentinho. "Mostra bem a cabeça desse pessoal a favor do impeachment da Dilma."

EM NOTA, PARTIDOS REPUDIAM DISCURSO E SOLIDARIZAM COM VICENTINHO

MOÇÃO DE REPÚDIO

As representações partidárias abaixo subscritas vêm repudiar publicamente a atitude agressiva e desrespeitosa do coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL) no dia de hoje, 22 de março de 2016, no Plenário da Câmara dos Deputados.

Na ocasião em que uma Comissão Geral foi convocada para debater a "Discriminação Racial no Brasil" e comemorar o "Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial", o integrante da referida agremiação, convidado pela Liderança dos Democratas na Câmara, discursou na tribuna por cinco minutos, logo após a execução do Hino à Negritude (Lei Nº 12.981, de 2014).

Lamentavelmente, esses cinco minutos foram utilizados para proferir ofensas aos integrantes da Mesa, parlamentares e demais participantes da Comissão Geral. O convidado da Liderança do DEM rasgou a letra impressa do Hino à Negritude (Lei Nº 12.981, de 2014) afirmando que a Lei era um "absurdo" que merecia "a lata do lixo", dirigiu-se a um integrante da Mesa afirmando que ele era uma "vergonha" que merecia seu rechaço. Além disso, agrediu verbalmente a todos os demais participantes da Comissão classificando-os de "charlatões descarados".

Outros integrantes do mesmo movimento que o acompanhavam bradaram palavras de apoio e se retiraram logo após seu discurso. Na sequência desse lamentável episódio, todos os oradores reprovaram a atitude do convidado e prestaram solidariedade ao Deputado Vicentinho, que foi diretamente ofendido, uma vez que o Deputado é autor da proposição que deu origem à Lei Nº 12.981, de 2014.

Em que pese eventuais discordâncias que o convidado possa ter com as opiniões até então expressas acerca da política de cotas raciais, seu tom inoportuno, seu comportamento violento e odioso não podem ser naturalizados, pois não condizem com o debate democrático.

Portanto, reafirmamos nosso repúdio ao ocorrido neste Plenário e pedimos à Liderança dos Democratas, responsável pelas ofensas do seu convidado, uma retratação pública.

PC do B, PDT, PMDB, PPS, PSDB, PSB, PSOL, PT, REDE

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