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BNDES aprova R$ 200 milhões para avanço de carro voador da Eve

Recursos apoiarão integração dos motores elétricos e testes de certificação da aeronave da subsidiária da Embraer, com previsão de primeiro voo em 2026

BNDES aprova R$ 200 milhões para avanço de carro voador da Eve (Foto: Amanda Perobelli/Reuters)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 200 milhões para apoiar a Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer dedicada ao desenvolvimento de soluções para a Mobilidade Aérea Urbana (UAM). Os recursos serão destinados à fase de integração e funcionamento dos motores elétricos da primeira aeronave certificável da empresa, além da preparação do veículo para a campanha de testes exigida pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

As informações foram anunciadas no dia 3 de dezembro, em São Paulo, durante evento que marcou o toque de campainha na B3, em celebração à listagem da Eve na bolsa brasileira. A empresa já está listada na Bolsa de Nova York (NYSE) desde 2022, e a entrada no mercado nacional integra a estratégia de diversificação da base acionária e de fortalecimento da estrutura de capital do programa.

Do total aprovado, R$ 160 milhões virão do Fundo Clima e R$ 40 milhões da linha BNDES Finem. O objetivo é viabilizar uma etapa considerada decisiva para a certificação do eVTOL, que representa uma nova geração de aeronaves elétricas voltadas ao transporte urbano de curta distância.

Durante a cerimônia na B3, o diretor Financeiro e de Mercado de Capitais do BNDES, Alexandre Abreu, destacou o significado tecnológico do projeto e o papel da Embraer na indústria nacional. “Quando olhamos o filme do eVTOL voando sobre São Paulo, é impossível como brasileiro não parar e pensar: nós no Brasil estamos construindo uma coisa revolucionária. O país consegue competir de igual para igual em alta tecnologia nesse campo. A Embraer é um orgulho, é mais que uma empresa de aviação, é o símbolo de um Brasil que dá certo. E o BNDES tem orgulho de participar da Embraer, é o segundo maior acionista”, afirmou. Abreu também ressaltou o retorno do banco ao mercado de capitais após dez anos sem esse tipo de investimento.

O eVTOL da Eve foi projetado para transportar quatro passageiros, além do piloto, com alcance de até 100 quilômetros. A aeronave contará com oito motores elétricos elevadores nas asas, responsáveis pelo voo vertical, e um motor traseiro para a navegação horizontal, configuração que amplia os níveis de segurança e controlabilidade. O espaço interno comporta duas malas ou quatro bagagens de mão.

Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o projeto reúne inovação tecnológica e benefícios ambientais, além de carregar um simbolismo histórico. “A fabricação do eVTOL é uma inovação disruptiva no conceito de mobilidade urbana, com um veículo que vai conectar os principais pontos das grandes cidades e regiões metropolitanas, com menor emissão de gases de efeito estufa que helicópteros e carros convencionais. O BNDES tem todo o interesse em apoiar um projeto que já tem 2,8 mil pedidos de encomenda de clientes em nove países. Queremos que o primeiro voo aconteça em 2026, 120 anos após o voo do 14-Bis, um feito histórico de Santos Dumont e legado para o mundo”, disse.

Na avaliação da Eve, o financiamento chega em um momento estratégico do programa. “Esse financiamento acelera uma etapa crítica do nosso programa: a integração do sistema de propulsão elétrica, que garantirá desempenho, segurança e confiabilidade à nossa primeira aeronave certificável. Agradecemos ao BNDES pela confiança e pelo apoio contínuo à nossa visão de transformar a mobilidade urbana com soluções eficientes e sustentáveis, desenvolvidas e industrializadas no Brasil”, afirmou o CFO da empresa, Eduardo Couto.

Desde 2022, o BNDES já aprovou R$ 1,2 bilhão em crédito para apoiar a Eve em diferentes fases do desenvolvimento do eVTOL, incluindo a construção da fábrica em Taubaté, no interior de São Paulo. Em agosto deste ano, o banco também anunciou investimento direto de R$ 405,3 milhões na empresa, dentro da estratégia de retomada da atuação da BNDESPAR em renda variável.

Parte desse apoio vem do Fundo Clima, criado em 2009 e vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com gestão do BNDES. O fundo integra a Política Nacional sobre Mudança do Clima e financia projetos, inovações tecnológicas e empreendimentos voltados à mitigação dos efeitos climáticos, alinhando o desenvolvimento industrial à agenda ambiental.