BNDES financia R$ 2,3 bilhões para acelerar eletrificação da Volkswagen
Investimento apoia exportações e o desenvolvimento de novas tecnologias baseadas em energia elétrica, visando transição energética e inovação industrial
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 2,3 bilhões para a Volkswagen do Brasil investir em inovação, eletrificação e ampliação das exportações. O aporte marca um importante passo para a indústria automotiva nacional, reforçando o compromisso com a transição energética e com a descarbonização da frota.
A cerimônia de assinatura foi realizada na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; do chairman executivo da Volkswagen para a América do Sul, Alexander Seitz; do presidente e CEO da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom; além de autoridades, colaboradores e parceiros de negócios.
O financiamento do BNDES abrange duas frentes complementares. Por meio da linha BNDES Mais Inovação, a montadora contará com apoio para desenvolver tecnologias de eletrificação, conectividade e segurança veicular, incluindo sistemas avançados de assistência ao condutor (ADAS) e soluções de infotainment. O objetivo é democratizar o acesso a tecnologias de ponta, tornando os veículos mais seguros, eficientes e conectados.
Já com os recursos da linha Exim Pré-Embarque, a Volkswagen vai fortalecer suas operações de exportação. A marca, que é a maior exportadora do setor automotivo brasileiro, já enviou mais de 4,4 milhões de unidades para 147 mercados desde 1970, e em 2025 registrou crescimento de 43% nas exportações entre janeiro e setembro, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Nova era de eletrificação
Segundo o presidente e CEO da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom, o investimento marca “o início de uma nova era de eletrificação da Volkswagen do Brasil”. Ele destacou que, a partir de 2026, todo novo modelo desenvolvido pela engenharia da empresa e fabricado na América do Sul será eletrificado, contemplando todas as modalidades — híbridos leves, híbridos e híbridos plug-in.
Possobom enfatizou que a estratégia da montadora busca democratizar o acesso à mobilidade sustentável e fortalecer a cadeia produtiva nacional:
“Teremos uma solução completa, democratizando a eletrificação e o acesso a tecnologias avançadas de segurança, conectividade e inteligência artificial. O aporte de R$ 2,3 bilhões, viabilizado pelo BNDES, acelera a transição energética e tecnológica da Volkswagen no Brasil e fortalece ainda mais a nossa Engenharia.”
Indústria verde e competitiva
O apoio do BNDES à Volkswagen está em sintonia com a Nova Indústria Brasil, política industrial lançada pelo governo federal para estimular uma economia mais inovadora e sustentável. O banco vem ampliando o financiamento de projetos de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias limpas — como a já anunciada aprovação de financiamento de R$ 241,8 milhões para a Stellantis, no âmbito do BNDES Mais Inovação.
Essas iniciativas integram uma agenda estratégica de transição energética e reindustrialização. Conforme declarou Aloizio Mercadante, o crédito à inovação e às exportações é essencial para posicionar o país de forma competitiva no cenário global. Ele destacou que uma indústria mais inovadora e descarbonizada é capaz de impulsionar emprego, renda e protagonismo tecnológico.
Sustentabilidade e integração global
O CFO da Volkswagen para a América do Sul, Rafael Teixeira, reforçou que o projeto representa um compromisso de longo prazo com a sustentabilidade e o desenvolvimento tecnológico no país.
“Essas operações reafirmam o compromisso da Volkswagen com o desenvolvimento sustentável e tecnológico do Brasil. Ao viabilizar investimentos em eletrificação, digitalização e conectividade, reforçamos nossa parceria com o BNDES e contribuímos para a consolidação de uma nova indústria nacional, mais inovadora, verde e preparada para ampliar sua presença nas exportações e na integração global da cadeia automotiva.”
O investimento de R$ 2,3 bilhões sinaliza, portanto, um avanço estratégico para a neoindustrialização brasileira, com foco em inovação, descarbonização e fortalecimento das exportações. Ao unir o BNDES e a Volkswagen em torno de uma mobilidade mais limpa e inteligente, o Brasil acelera sua jornada rumo a um futuro industrial de baixo carbono.
