BNDES investe em fundos verdes para acelerar a economia de baixo carbono
Propostas apresentadas em nova chamada do Banco podem gerar R$ 73,7 bilhões em projetos de descarbonização, energia limpa e reflorestamento
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deu mais um passo decisivo em sua estratégia de liderança global em financiamento climático. A nova Chamada Pública de Mitigação Climática, anunciada na COP30, em Belém (PA), recebeu 45 propostas de fundos de investimento voltados à descarbonização, à transição energética, à agricultura verde e à conservação de florestas — um movimento que reforça o papel do Banco como indutor da transformação ecológica no Brasil.
Com potencial de mobilizar até R$ 73,7 bilhões em investimentos sustentáveis, as propostas apresentadas solicitam R$ 21 bilhões em apoio do BNDES e abrangem projetos que vão da infraestrutura para adaptação climática à tecnologia verde no campo. O presidente do Banco, Aloizio Mercadante, destacou que a instituição volta a atuar como sócia de bons projetos, investindo diretamente em empresas inovadoras para impulsionar novas tecnologias e crescimento produtivo.
“O BNDES poderá aportar até 25% do capital, atraindo os outros 75% do mercado. Queremos mobilizar cerca de R$ 5 bilhões do Banco e alavancar mais R$ 15 bilhões do setor privado. Recebemos 45 propostas, que somam R$ 73,7 bilhões, o que mostra a força da inovação brasileira e o potencial de acelerar a economia verde”, afirmou Mercadante.
A Chamada de Clima, com orçamento total de R$ 5 bilhões, faz parte da retomada dos investimentos da BNDES Participações S.A. (BNDESPAR) em renda variável. O foco é atrair capital privado para fundos já existentes ou novos, que invistam em iniciativas capazes de contribuir para as metas do Acordo de Paris e consolidar o Brasil como referência em soluções climáticas.
“A agenda do clima é um tema prioritário para o BNDES. Queremos ser protagonistas na mobilização de capital privado para viabilizar investimentos em mitigação climática e melhorar a vida das próximas gerações”, reforçou o presidente do Banco.
Serão selecionados até cinco fundos de equity — até três na modalidade Transformação Ecológica (transição energética, agricultura verde e descarbonização) e dois em Soluções Baseadas na Natureza (reflorestamento, agroflorestas, manejo sustentável, silvicultura regenerativa e recuperação e preservação de ecossistemas e biodiversidade) — além de até dois fundos de crédito, somando R$ 1 bilhão em recursos. O resultado será divulgado em janeiro de 2026.
BNDES Florestas: o maior investimento da história no setor
Além da nova chamada, o Banco já mobilizou R$ 7 bilhões desde 2023 em ações voltadas à conservação, recuperação e manejo de florestas — o maior investimento da história do BNDES no setor florestal. Os recursos, que combinam crédito, garantias e apoio produtivo, já resultaram em 280 milhões de árvores plantadas, 168 mil hectares recuperados, 70 mil empregos gerados e 54 milhões de toneladas de CO₂ equivalente capturadas — o equivalente a três anos sem carros em circulação na cidade de São Paulo.
O conjunto dessas ações é reunido na plataforma BNDES Florestas, que organiza programas como Floresta Viva, Arco da Restauração, Restaura Amazônia (com recursos do Fundo Amazônia), BNDES Florestas Inovação, BNDES Florestas Crédito e ProFloresta+, em parceria com a Petrobras. Essas iniciativas estão presentes em todos os biomas brasileiros, conectando crédito, inovação e contratos de carbono para impulsionar a bioeconomia de espécies nativas.
Com a nova Chamada de Mitigação Climática e os investimentos já realizados, o BNDES consolida sua posição como principal catalisador do financiamento verde no país, promovendo uma transição ecológica de impacto e preparando o Brasil para uma economia de baixo carbono.
