Dan Ioschpe assume papel global e articula setores para acelerar a ação climática
Empresário brasileiro representa o país como Campeão de Alto Nível da COP30 e defende inovação e engajamento da sociedade para cumprir metas climáticas
247 - No esforço global contra a crise climática, o Brasil passou a ocupar um posto de destaque: em 2 de abril de 2025, o empresário Dan Ioschpe foi nomeado Campeão de Alto Nível da COP30. A informação é do site oficial da COP30. Ioschpe, que preside o conselho da Iochpe-Maxion e integra os conselhos da WEG, Marcopolo e Embraer, foi indicado para representar a presidência brasileira da conferência climática, que acontecerá em Belém (PA), a partir de 10 de novembro de 2025.
Criada em 2015, durante a COP21, a função de Campeão de Alto Nível do Clima tem a missão de atuar como elo entre os governos e a sociedade civil, articulando ações de empresas, cidades, instituições financeiras e comunidades em favor das metas do Acordo de Paris. Com mandatos de dois anos, os Champions trabalham em pares — um indicado pela presidência anterior da COP e outro pela atual — e são responsáveis por fortalecer compromissos voluntários e destravar o financiamento climático.
Para Ioschpe, a relevância do cargo está em sua capacidade de mobilizar diferentes setores em torno de uma agenda comum. “Existem várias soluções e iniciativas interessantes em diversos setores, e no financiamento climático não é diferente”, afirmou. Segundo ele, um dos grandes trunfos do atual momento é a diversidade de propostas que rompem com a lógica tradicional de financiamento concentrado entre países do Norte Global e do Sul Global. “Vejo um enorme potencial nas tecnologias financeiras. Na área florestal, por exemplo, já contamos com mecanismos que, combinados, podem gerar excelentes resultados. A criatividade e a inovação são fundamentais nesse processo.”
A seu ver, o maior desafio da agenda climática é engajar amplamente a sociedade para que as metas climáticas globais deixem de ser apenas promessas no papel. “Mobilizar toda a sociedade com o foco necessário para atingir as metas do Acordo de Paris. A urgência do tema é evidente, e a ação climática será crucial para evitar retrocessos significativos no desenvolvimento socioeconômico”, afirmou o empresário.
Experiências internacionais enriquecem a atuação dos Champions
Na COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, a parlamentar independente Nigar Arpadarai foi a responsável por articular ações entre diferentes setores. Para ela, a experiência revelou a dimensão coletiva da crise ambiental: “Diante da crise climática, não há espaço para divisões — é um desafio global que exige união e ação conjunta”, declarou. Entre suas iniciativas, destacam-se a campanha Impact Makers, que dá visibilidade a lideranças locais, e o projeto Climate-Proofing SMEs, que alcançou cerca de 90 milhões de pequenas e médias empresas, com foco em economias emergentes.
Nigar ressaltou o papel central da economia real como motor da ação climática: “Cumprir o Acordo de Paris exige solidariedade global e uma transição ampla, ousada e sistêmica rumo a uma economia mais inclusiva e sustentável.”
Na COP28, a representante dos Emirados Árabes Unidos, Razan Al Mubarak, concentrou seus esforços em integrar a natureza às estratégias climáticas. Reconhecida por sua liderança na conservação ambiental, ela atuou para que florestas, ecossistemas e Povos Indígenas fossem tratados como elementos centrais na resposta à crise. “Precisamos entregar resultados com mais rapidez, especialmente investindo em soluções baseadas na natureza e garantindo que essas ações aconteçam na base — na vida das pessoas — que é onde elas mais importam.”
No Egito, durante a COP27, Mahmoud Mohieldin destacou a necessidade de regionalizar o financiamento climático, adaptando ações a contextos locais. Com décadas de experiência em desenvolvimento e finanças, ele liderou a criação de plataformas de projetos sustentáveis em parceria com órgãos da ONU e lançou uma iniciativa nacional voltada a soluções verdes no Egito.
Já o britânico Nigel Topping, que atuou na COP26, ficou conhecido por conectar empresas e governos por meio de grandes campanhas como Race to Zero e Race to Resilience. Cofundador da Ambition Loop, ele defende que o principal obstáculo atual está em transformar promessas em execução: “O maior desafio continua sendo transformar ambição em implementação — de forma rápida, justa e eficaz.”
Champions como agentes da transição verde
O papel dos Campeões de Alto Nível vai além da retórica. Ao aproximar diferentes atores da agenda climática, eles criam as condições para que políticas públicas, compromissos voluntários e investimentos sustentáveis avancem de forma coordenada. Essa abordagem multissetorial é hoje vista como essencial para destravar o financiamento climático e garantir que as metas do Acordo de Paris sejam alcançadas.
Com o Brasil no centro das atenções rumo à COP30, a atuação de Dan Ioschpe ganha importância estratégica — tanto para mostrar o protagonismo do país na pauta ambiental quanto para conectar setores produtivos, governos e comunidades na construção de soluções viáveis, criativas e eficazes para o futuro do planeta.
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