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Itaipu detalha avanço de soluções climáticas em água e energia

Empresa expõe na COP30 ações integradas em território, inovação e mitigação climática, com ênfase em dados, conservação e transição energética

Itaipu detalha avanço de soluções climáticas em água e energia (Foto: Rafa Kondlatsch/Itaipu Binacional)

247 - A Itaipu Binacional apresentou, nesta sexta-feira (14), um conjunto de soluções climáticas voltadas ao nexo água-energia durante um debate promovido pelo Departamento das Nações Unidas para Assuntos Econômicos e Sociais (Undesa) no Pavilhão dos ODS, na Zona Azul da COP30, em Belém. As informações são da notícia original divulgada pela própria Itaipu Binacional.

O encontro reuniu especialistas internacionais para discutir caminhos tecnológicos e institucionais que permitam acelerar ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. A empresa foi representada pelo superintendente de Energias Renováveis da margem brasileira, Rogério Meneghetti, e por Daniel Vázquez, da Divisão de Reservatório da margem paraguaia e coordenador do Centro Internacional de Hidroinformática. Também participaram o cientista chinês Chuanlun Zhang, do projeto da ONU Ocean Negative Carbon Emissions, e Annette Huber-Lee, pesquisadora do Instituto Ambiental de Estocolmo.

Diante de um cenário global marcado por recordes de temperatura, o painel reforçou a urgência de ampliar iniciativas capazes de fortalecer a resiliência climática. A Itaipu apresentou sua estratégia de desenvolvimento territorial, que combina restauração florestal — com mais de 100 mil hectares de Mata Atlântica preservados no entorno do reservatório — conservação dos recursos hídricos, monitoramento ambiental e climático, além de sistemas de gestão de dados que apoiam decisões estratégicas para o território.

Entre as iniciativas destacadas estão o programa Coleta Mais, que fortalece a gestão de resíduos sólidos e estrutura a cadeia da reciclagem nos municípios, valorizando o trabalho dos catadores. Outro eixo central é a transição energética, que inclui projetos de aproveitamento de resíduos da pecuária para geração de biogás. “São ações que retiram resíduos do ambiente e evitam as emissões de gases de efeito estufa, aliadas à geração de renda e à redução de desigualdades”, afirmou Meneghetti.

Vázquez enfatizou que Brasil e Paraguai dependem fortemente da energia hidrelétrica e alertou para os riscos associados a secas prolongadas, potencializadas pela mudança do clima. Diante desse cenário, ele ressaltou a importância da integração de dados e do planejamento conjunto dos setores de água, energia e meio ambiente. “A Itaipu detém um histórico de mais de 40 anos de dados da bacia hidrográfica do Paraná que contribuem para a análise e o desenvolvimento de estratégias e tecnologias pra o clima”, disse.

O cientista chinês Chuanlun Zhang apresentou estudos relacionados ao uso de energias renováveis para dessalinização, saneamento e sequestro de carbono nos oceanos. Ele explicou que a China lidera pesquisas em “emissões negativas de carbono nos oceanos”, conceito que combina tecnologias sustentáveis e processos naturais para retirar CO₂ da atmosfera e armazená-lo na biomassa marinha, como fitoplâncton e outras plantas aquáticas. “Há grande potencial para o uso do oceano como sumidouro de carbono, mas é preciso aumentar a cooperação e a integração de políticas internacionais para isso”, concluiu.

A discussão, segundo os participantes, evidencia a necessidade de colaboração científica, tecnológica e política para enfrentar os impactos climáticos já em curso e acelerar soluções que unam recursos hídricos, energia limpa e inovação — áreas em que Itaipu tem buscado ampliar sua atuação regional e internacional.