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Itaipu leva à COP30 projetos que reforçam o papel do Brasil na transição energética

Hidrelétrica levará a Belém iniciativas em biogás, biometano, hidrogênio verde e energia solar que reforçam protagonismo do Brasil na transição energética

Usina solar flutuante tem objetivo de gerar energia limpa para o consumo da própria hidrelétrica. (Foto: Elder Alejandro Baez Flores/Itaipu Binacional)

247 - A Itaipu Binacional, maior geradora de energia elétrica do Brasil, participará da COP30, em Belém (PA), apresentando um conjunto de projetos voltados à produção de combustíveis sustentáveis e à ampliação do uso da energia solar. As informações foram divulgadas pela própria empresa, que prepara uma série de ações a serem destacadas tanto em eventos paralelos da conferência quanto em seu estande na chamada Zona Verde, em novembro.

Entre as principais iniciativas que Itaipu levará à conferência estão estudos para a produção de biogás e biometano a partir de materiais contrabandeados apreendidos, pesquisas com Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e hidrogênio verde, uma usina solar flutuante no reservatório da hidrelétrica e editais de incentivo à energia fotovoltaica em diferentes regiões do país.

O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, ressaltou que as ações da empresa estão alinhadas à estratégia nacional de transição energética e reforçam o papel do Brasil como referência mundial em fontes renováveis. “A Itaipu, hoje, é importante para o Brasil não só por sua produção hidrelétrica, mas também por colocar o país em posição de destaque na descarbonização da matriz energética global. Estamos trabalhando fortemente por uma matriz limpa e renovável e queremos que o Brasil ocupe um lugar estratégico de provedor de soluções de baixo carbono”, afirmou Verri.

As iniciativas da hidrelétrica também dialogam com os compromissos assumidos pelo governo federal e pela presidência brasileira da COP30. Em evento recente durante a Semana do Clima de Nova York, o presidente da conferência, embaixador André Corrêa do Lago, destacou a relevância dos combustíveis sustentáveis para que o mundo atinja a meta de emissões líquidas zero. O secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, embaixador Maurício Lyrio, reforçou a posição brasileira: “A promoção dessas tecnologias como solução para setores de difícil descarbonização é uma prioridade do Brasil”, disse.

Embora a matriz elétrica nacional já seja cerca de 90% baseada em fontes renováveis, a descarbonização de outros setores produtivos ainda é essencial para o cumprimento das metas da NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) e dos compromissos firmados no Acordo de Paris. Nesse contexto, os projetos da Itaipu representam um avanço estratégico.

Iniciativas em destaque

Biogás, biometano e SAF: A Unidade de Demonstração de Biogás e Biometano de Itaipu, inaugurada em 2017, realiza o tratamento de resíduos orgânicos e desenvolve pesquisas sobre biocombustíveis, como biometano e petróleo sintético renovável — base para a produção do Combustível Sustentável de Aviação (SAF). Desde sua criação, a unidade já tratou mais de 600 toneladas de materiais apreendidos pela Receita Federal, Polícia Federal e Ministério da Agricultura e Pecuária, gerando aproximadamente 41 mil m³ de biometano. O combustível é utilizado para abastecer veículos leves e o ônibus de turismo do complexo.

Usina solar flutuante: Em implantação no reservatório da Itaipu, o projeto-piloto prevê a instalação de painéis flutuantes com capacidade de 1 MWp (megawatt-pico). A iniciativa busca gerar energia limpa para consumo interno, otimizar o uso do espelho d’água e avaliar o desempenho ambiental e técnico da tecnologia.

Hidrogênio de baixo carbono: A planta de hidrogênio instalada na usina desenvolve estudos sobre produção, armazenamento e aplicação prática do hidrogênio verde, além de análises de viabilidade técnico-econômica dessa alternativa promissora para o setor energético.

Energia fotovoltaica: Por meio de editais e convênios, Itaipu tem expandido a geração solar em parceria com universidades, prefeituras e instituições filantrópicas. Somente os projetos municipais já em operação somam 42 MWp de potência instalada, suficiente para abastecer uma cidade de cerca de 70 mil habitantes.