Obras financiadas pela Itaipu para a COP 30 avançam em Belém
Revitalização do Ver-o-Peso, saneamento, hotelaria e inovação marcam ações da usina, que já aplicou R$ 1,3 bilhão em projetos na capital paraense
247 - Com a proximidade da COP 30, que ocorrerá em novembro deste ano em Belém (PA), as obras de revitalização do complexo Ver-o-Peso e outras ações de infraestrutura avançam a passos largos. De acordo com matéria divulgada pela Itaipu Binacional, mais de 80% das reformas nos tradicionais Mercados da Carne e do Peixe, assim como na Feira do Açaí e no Mercado Ver-o-Peso, já estão concluídas. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o complexo Ver-o-Peso é um dos principais cartões-postais da cidade e possui forte valor histórico, cultural e econômico para os paraenses.
As obras integram um conjunto de investimentos do governo federal por meio da Itaipu Binacional, que já destinou cerca de R$ 1,3 bilhão para preparar a capital paraense para receber chefes de Estado e representantes de quase 200 países durante a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. A iniciativa inclui ações em saneamento, infraestrutura urbana, educação ambiental e inovação tecnológica, com a promessa de deixar um legado para a cidade e sua população.
“As obras estão avançando dentro do esperado e vemos os esforços de todos os nossos parceiros para que os cronogramas sejam cumpridos”, afirmou Carlos Carboni, diretor de Coordenação da Itaipu, durante visita técnica realizada entre os dias 6 e 9 de abril. Ele esteve em Belém acompanhado por uma comitiva da usina, que inclui os superintendentes de Obras e de Meio Ambiente, além de representantes do Itaipu Parquetec, instituição parceira nos projetos.
Entre as obras visitadas, está o Complexo Hoteleiro Vila Líderes, que abrigará delegações da COP 30. Cinco torres e um bloco de serviços estão sendo erguidos em uma área total de quase 20 mil m². Após a conferência, o espaço será destinado a órgãos do Governo do Pará. Cerca de 200 trabalhadores atuam em turnos de 12 horas no canteiro de obras, enquanto as metalúrgicas fornecedoras operam 24 horas por dia fora do local.
Outro projeto emblemático é o Parque Linear das Docas, com 1,2 km de extensão e dois terços da estrutura já concluídos. A obra, que revitaliza a orla da cidade, contempla ainda a implantação de quase 19 km de rede coletora de esgoto e mais de 2.300 ligações domiciliares. No mesmo eixo de saneamento, a Itaipu atua na urbanização do Canal São Joaquim, que dará lugar ao futuro Parque Urbano Igarapé São Joaquim. Mais de 150 operários trabalham para acelerar a execução da Etapa 1, hoje com 20% concluída, e que beneficiará cerca de 120 mil moradores das margens do canal.
Além das obras de infraestrutura, a Itaipu e seus parceiros têm investido em educação e inovação. Um dos destaques é o projeto de criação de um Centro de Inovação e Bioeconomia, que será instalado em um prédio histórico próximo ao Ver-o-Peso. A proposta envolve bolsas de pesquisa, capacitação técnica e estímulo à bioeconomia amazônica.
Na frente ambiental, a usina apoia o desenvolvimento de um modelo de barco sustentável movido a hidrogênio verde. O objetivo é testar alternativas viáveis e não poluentes para substituir os motores a combustão em embarcações fluviais da região.
A educação ambiental também é prioridade. Um total de 36 biodigestores foi adquirido, dos quais 32 já foram instalados em escolas da rede municipal. Na Escola Bosque da Faveira, na Ilha de Cotijuba, a tecnologia está sendo utilizada como ferramenta didática em diversas disciplinas. “Para nós, é um laboratório vivo, prático, educativo e divulgador de ciência e tecnologia”, destacou o professor Ricarti de Souza Vieira.
A Itaipu também promove seminários, oficinas e atividades culturais sobre mudanças climáticas e transição energética, em parceria com a Secretaria de Educação de Belém e a Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa do Pará (Fadesp). Em dezembro de 2024, o primeiro grande seminário contou com a participação do líder indígena e ambientalista Ailton Krenak, reunindo mais de dois mil professores.
No campo da gestão de resíduos, a binacional contribui com a reforma e reaparelhamento de quatro Unidades de Valorização de Recicláveis (UVRs) em Belém, inspirando-se em experiências exitosas implementadas em sua área de atuação no Sul do país.
Primeira estrutura entregue com financiamento da Itaipu e da Prefeitura de Belém, o Mercado São Brás teve sua restauração concluída em dezembro de 2024. Cabe agora à gestão municipal organizar a transferência dos permissionários e assumir a administração do espaço, garantindo sua sustentabilidade e preservação.
O apoio da Itaipu à COP 30 está alinhado à missão da hidrelétrica de “gerar energia elétrica com responsabilidade social e ambiental para o Brasil e o Paraguai” e também à preservação da Floresta Amazônica, essencial para manter o regime de chuvas da Bacia do Paraná, onde está situada a usina. Sem os chamados “rios voadores” que se originam da floresta, o potencial hídrico da região sul do país ficaria comprometido.
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