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Coronavirus

Butantan diz que índice de eficácia da CoronaVac é superior a 50%, mas adia anúncio de número exato

Segundo o presidente do Butantan, Dimas Covas, a Sinovac solicitou prazo adicional de 15 dias para divulgação exata dos dados de eficácia para que o anúncio seja feito em conjunto com os resultados de testes em outros países. Vacina gera disputa entre Doria e Bolsonaro

Fachada do Instituto Butantan, vacina CoronaVac, Bolsonaro e Doria (Foto: USP Imagens | Reuters | PR | GOVSP)
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(Reuters) - A vacina contra o coronavírus CoronaVac atingiu um nível de eficácia superior a 50% nos testes clínicos, acima do mínimo necessário para que seja solicitado o registro junto à Anvisa, afirmou nesta quarta-feira o Instituto Butantan, mas o aguardado anúncio do percentual exato de eficiência foi adiado pela terceira vez.

Esperava-se para esta quarta-feira a divulgação do índice de eficácia da vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac e testada no Brasil pelo Butantan, com o posterior pedido de autorização de uso emergencial junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas a solicitação também foi adiada.

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Segundo o presidente do Butantan, Dimas Covas, a Sinovac solicitou prazo adicional de 15 dias para divulgação exata dos dados de eficácia para que o anúncio seja feito em conjunto com os resultados de testes realizados em outros países.

As autoridades paulistas garantiram, no entanto, que a eficácia da vacina ficou acima dos 50% exigidos para que uma vacina seja considerada eficiente.

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“Atingimos a superioridade da eficácia da vacina com índices exigidos pela Anvisa e Organização Mundial de Saúde (OMS)”, disse o secretário de Saúde paulista, Jean Gorinchteyn, em entrevista coletiva.

Segundo o secretário, o pedido de uso emergencial à Anvisa que estava previsto para esta quarta será apresentado depois que a Sinovac consolidar os dados para que se tenha um índice de eficácia único da vacina.

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“Com base nos dados que temos já podemos dar entrada na Anvisa, mas estamos respeitando os trâmites burocráticos para termos um resultado igualitário e isonômico”, afirmou.

“Nossa meta era que fosse superior a 50%”, disse. “Eles (Sinovac) entenderam que, termos eficácia superior a isso, mas diferente de dados onde a vacina está em uso, merece uma reavaliação. Não pode ter uma eficácia aqui, outra lá. A Sinovac quer que todos os dados sejam iguais.”

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Inicialmente, a previsão das autoridades de saúde de São Paulo era de anunciar a primeira leitura da eficácia da vacina na primeira semana de dezembro. A data foi adiada para 15 dezembro e, posteriormente, transferida para esta quarta.

Apesar do atraso, as autoridades paulistas mantiveram a previsão de iniciar a vacinação com a CoronaVac em 25 de janeiro, conforme anunciado no início do mês.

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Mais de 3 milhões de doses da CoronaVac já estão no Brasil e, até o final do ano, o Butantan afirma que terá no país 10,8 milhões de doses do imunizante.

A previsão do Butantan é de ter em janeiro 46 milhões de doses da vacina --aplicada em duas doses com intervalo de duas semanas entre elas. Para o mês de maio, a estimativa é de ter no Brasil 100 milhões de doses.

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O Ministério da Saúde afirmou na semana passada que incluirá toda a produção da CoronaVac no Brasil --o Butantan está envasando o potencial imunizante em suas instalações-- no Programa Nacional de Imunizações (PNI), desde que ela seja registrada pela Anvisa.

SEM CASOS GRAVES

Mesmo sem o anúncio da eficácia, o Butantan antecipou que não houve casos graves de Covid-19 entre os participantes do ensaio clínico, o que é considerado muito positivo para o combate à pandemia.

“O que estamos procurando de resultados dos ensaios clínicos é numero de casos e número de casos graves. Não ter casos graves é muito bom, vai ser muito útil para combater essa pandemia”, disse à Reuters Cristina Bonorino, integrante do Comitê Científico da Sociedade Brasileira de Imunologia.

Ela criticou, no entanto, a forma como o Butantan fez o anúncio.

“Eles não deveriam ter feito a publicidade de uma coisa que no fim eles não divulgaram, isso é o maior problema”, disse. “Juntar os resultados de outros estudos claro que é melhor, quanto maior o número amostral mais próximo da realidade estão os seus resultados, mas prejudicou a imagem da vacina deles essa hesitação de mostra ou não mostra, pede o registro ou não pede.”

Os testes clínicos em Fase 3 da CoronaVac no Brasil foram realizados com cerca de 13 mil voluntários. A candidata a vacina também foi testada na Turquia e na Indonésia.

Ensaios anteriores feitos na China, com menor quantidade de voluntários e em Fases 1 e 2, já haviam mostrado que a CoronaVac gerou anticorpos em 97% dos participantes do estudo e também indicaram que a vacina tem bom perfil de segurança.

A CoronaVac usa a tecnologia de vírus inativado --em que um vírus morto ou pedaços do vírus são injetados na pessoa para provocar uma resposta imune. Esse modelo de vacina já é fabricado pelo Butantan para a prevenção de outras doenças.

OUTRAS VACINAS

Vacinas com tecnologias diferentes desenvolvidas durante a pandemia mostraram resultados muito altos de eficácia.

A vacina desenvolvida em conjunto entre a norte-americana Pfizer e a alemã BioNTech mostrou eficácia de 95% nos estudos de Fase 3 e já está sendo aplicada em países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido.

Já o imunizante da Moderna indicou ser 94% eficaz na prevenção da doença, e a vacina da AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostrou eficácia média de 70%, de acordo com estudos preliminares de Fase 3.

O governo federal tem um acordo para a compra, transferência de tecnologia e futura produção local da vacina da AstraZeneca. O Ministério da Saúde mantém também tratativas para compra de doses da vacina da Pfizer.

No caso da CoronaVac, o acordo do Butantan prevê também a transferência de tecnologia para a produção integral da CoronaVac no Brasil em uma nova fábrica do instituto cuja previsão de conclusão é setembro de 2021.

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