'É extremamente improvável, impossível, que consigamos erradicar a Covid', diz Fauci
"Acredito que há uma grande chance de que o pior já passou, mas não há garantias porque há sempre o risco do aparecimento de uma nova variante", disse o imunologista
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247 - O imunologista Anthony Fauci, responsável pelas ações de saúde dos Estados Unidos contra a Covid-19, afirmou ser “ extremamente improvável, impossível, que consigamos erradicar o vírus” e que é “preciso ser paciente”, com os negacionistas e grupos contrários à vacinação.
“Só fomos capazes de erradicar um único vírus na história da humanidade, que foi a varíola. Também será muito difícil eliminar o vírus de países como os Estados Unidos ou o Brasil, pelo simples motivo de que o coronavírus muda muito. Vírus como o sarampo, pólio e a varíola não sofrem (muitas) mutações, mantêm-se estáveis por muitos e muitos anos. A Covid-19, por sua vez, teve cinco variantes (importantes) em dois anos e meio, e a duração da imunidade não é vitalícia, o que nos coloca na situação de uma vacinação periódica, como é com a influenza”, disse Fauci ao jornal O Globo.
“Esperamos que em 2022 e em 2023 entremos num estágio de controle do vírus num nível baixo o suficiente que não seja necessário perturbar a sociedade e suspender a economia, as escolas, os eventos o entretenimento… Queremos chegar em um nível em que o vírus não desapareça totalmente, até porque não acredito que isso seja possível, mas que seja algo que não domine mais a sociedade, como o Sars-CoV-2 fez nos dois últimos anos e meio”, completou.
Ainda segundo ele, “é possível que o pior tenha passado. Acho que não podemos definitivamente dizer que esse é o caso, já fomos enganados antes, pensamos que o pior tinha passado com a variante original e então apareceu a Delta. Então achávamos que tínhamos passado pelo pior com a Delta e veio a Ômicron. Acredito que há uma grande chance de que o pior já passou, mas não há garantias porque há sempre o risco do aparecimento de uma nova variante”.
Questionado sobre o crescimento dos grupos antivacinação nos EUA e no Brasil, Fauci ressaltou que “não há uma solução fácil. É preciso articular o mais claramente possível como funciona a ciência e oferecer dados, mostrá-los. Os dados são muito, muito, claros quando comparamos os níveis de hospitalização e mortes dos não vacinados com pessoas vacinadas e com reforço. A maioria (de casos graves e mortes) é ostensivamente de não vacinados. A diferença entre vacinados e não vacinados é, fortemente, obviamente, em favor do benefício de salvar você mesmo de sérias complicações e morte. Os dados falam por si só”.
“Às vezes, quando mostramos essas informações, as pessoas não acreditam, ou recusam a aceitá-las, não há muito o que fazer quanto a isso. Mas é preciso ser paciente e que sigamos tentando explicar. Não os rejeite, não os culpe porque isso só os aliena do que você está tentando dizer”, completou o imunologista.
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