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Coronavirus

General incentiva infecção por Covid-19 em Roraima para "imunizar tropa" (vídeo)

"Nós não estamos infectados, nós estamos sendo imunizados para ações futuras. Essa é a visão que nós temos que ter”, diz em vídeo o general Antônio Manoel de Barros, comandante militar da Operação Acolhida em Roraima

(Foto: Reprodução/Youtube)
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Brasil de Fato - O general Antônio Manoel de Barros, comandante militar da Operação Acolhida em Roraima – responsável pela triagem dos imigrantes venezuelanos e pelos abrigos presentes em Pacaraima e Boa Vista –, divulgou um vídeo em que pede  que os militares se exponham ao coronavírus para se "imunizar". 

Contrariando todas as orientações de distanciamento social e contenção do vírus recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela medicina em geral, o militar comemora, no vídeo, que foi infectado. “É como eu digo, vale para mim, vale para vocês. Nós não estamos infectados, nós estamos sendo imunizados para ações futuras. Essa é a visão que nós temos que ter”.

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O vídeo, com vinheta da Operação Acolhida, foi distribuído aos aos militares no dia 18 de abril, quando o número de militares infectados era de 55. No boletim da última segunda-feira (4), o número de infectados em tratamento dentro da operação já era de 98 e o de recuperados, 94. No total 567 militares estão envolvidos na Operação Acolhida. Segundo o general, 4 venezuelanos foram contaminados – sendo 2 deles crianças. 

De acordo com informações da assessoria de imprensa da operação ao site The Intercept, entre os 6.096 refugiados, apenas 22 foram testados, o que equivale a menos de 0,2% do grupo. 

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O estado de Roraima registrou até a última quarta-feira (6), 1020 casos confirmados e 14 mortes por covid-19.


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Antônio Barros é coordenador operacional da Acolhida desde janeiro. Em fevereiro do ano passado, segundo apurou o Intercept, Barros foi o responsável pela operação, que resultou nas mortes do músico Evaldo Rosa e do catador Luciano Macedo em abril de 2019, no Rio de Janeiro.

A postura defendida pelo general remete à chamada imunização por rebanho, quando, em um grupo específico, a maior parte das pessoas já foi infectada pela doença e adquiriu imunidade, o que extinguiria o vírus nesse grupo por falta de organismos que possam ser infectados.

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Não há, entretanto, certeza sobre se pessoas que já contrariam a covid-19 estão imunes à doença. Países que haviam optado por esse tipo de tática, principalmente na Europa, terminaram mudando de ideia e aderindo ao isolamento social. É o caso da Inglaterra, que inicialmente defendia a imunização por rebanho e viu os números da covid-19 dispararem. Hoje o país tem o maior número de mortes na Europa -- até o primeiro ministro Boris Johnson foi infectado.

O Brasil de Fato fez contato por telefone e por e-mail com a assessoria da Acolhida, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. Ao Intercept, a Acolhida respondeu que “não há exposição deliberada de pessoal ao coronavírus” e que “todos os protocolos estabelecidos no plano emergencial de contingenciamento para a covid-19, para medidas de controle em diversas situações e locais, estão sendo seguidos".

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