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Coronavirus

Nota da Saúde pró-cloroquina e contra vacinas é “sem ética” e “um acinte”, afirmam virologistas

Sociedade Brasileira de Virologia (SBV) diz não haver “mais espaço para insistências frívolas e infundadas” no terceiro ano da pandemia

Fabio Rodrigues Pozzebom/EBC (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/EBC)
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247 - A Sociedade Brasileira de Virologia (SBV) criticou de forma dura a nota técnica publicada na sexta-feira (21) pelo Ministério da Saúde que considera o uso da hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19 como eficaz e a vacina como ineficaz. 

Em comunicado veiculado neste sábado (22), a entidade que representa os virologistas no Brasil afirma não haver “mais espaço para insistências frívolas e infundadas” no terceiro ano da pandemia, depois que “muito se aprendeu”. E ainda que a nota da pasta comandada por Marcelo Queiroga é “inapropriada, sem ética e um acinte”.

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Os virologistas ressaltam ainda que a investida da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde, que assina a nota, por meio do secretário Helio Angotti, uma liderança da ala negacionista do governo, vai contra a produção científica brasileira e mundial, uma vez que estudos que demonstraram a ineficácia dos produtos foram conduzidos não apenas no Brasil, mas também por autoridades nos Estados Unidos e na Europa.

Leia abaixo a íntegra da nota da SBV:

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Quando uma crise sanitária sem precedentes nos últimos 100 anos na história da humanidade se abate de maneira tão abrupta sobre todos nós, causando mais de 5 milhões de mortes ao redor do globo, de acordo com números oficiais, mas com um saldo extraoficial que pode ultrapassar 20 milhões de óbitos, toda e qualquer tentativa legítima de ajuda, tratamento, cura ou vacina pode ser considerada válida, desde que testada cientificamente e amplamente reconhecida e aprovada. Fármacos como a Cloroquina, a Ivermectina, entre outras, surgiram como opções legítimas, e todos nós gostaríamos que tivessem sido realmente eficazes. Mas, infelizmente, não o foram. Após inúmeros estudos sérios e bem conduzidos, os dados globais indicaram que o tratamento através do reposicionamento destes fármacos não apenas não afeta o curso da COVID19, como pode colocar ainda mais em risco a saúde do paciente.

No terceiro ano da pandemia, muito se aprendeu, e já não há mais espaço para insistências frívolas e infundadas, tais como a insistência nas terapias baseadas na reposição dos fármacos mencionados. Essas conclusões, que desaprovam o uso do chamado “Kit Covid” para tratamento da infecção causada pelo vírus SARS-CoV-2, causador da COVID19, foram definitivamente apresentadas por especialistas médicos brasileiros que formaram grupo de trabalho para analisar o impacto do seu uso para o tratamento da doença em tela. Participaram deste trabalho sociedades médicas brasileiras internacionalmente reconhecidas, tais como a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), entre outras, além de vários acadêmicos de reconhecida competência e conduta ética. As mesmas conclusões foram observadas por todos os órgãos avaliadores mais importantes do mundo, tais como o FDA americano e o EMA europeu. Desta feita, a manifestação em contrária a esta conclusão, por meio da SCTIE é incompreensível, inapropriada, sem ética, e um acinte. Apenas uma posição política enraizada de obscurantismo e negacionismo pode explicar tal ação.

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A SBV apoio todas a manifestações contrárias às declarações da SCTIE, e se irmana às sociedades Médicas Brasileiras em qualquer ação ajuizada contra esta demonstração de descaso para com a saúde do cidadão Brasileiro.

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