"Produção da Pfizer está comprometida por pedidos dos EUA e da União Europeia", destaca fundador da Anvisa
“A Pfizer diz ter capacidade de produção de 1,3 milhão de doses nas suas cinco fábricas. Mas essa produção está basicamente toda comprometida pelos pedidos dos Estados Unidos e da União Europeia; então seus planos atuais são de marketing, não sanitários”, disse o sanitarista Gonzalo Vecina
247 - Gonzalo Vecina, sanitarista e ex-diretor e fundador da Anvisa, afirmou em entrevista à CNN, que a aprovação do uso emergencial da vacina da Pfizer pela OMS (Organização Mundial da Saúde) surtirá pouco efeito prático no Brasil.
"O reconhecimento da OMS é importante, pois amplia a possibilidade de utilização da vacina, mas isso depende da produção. A Pfizer está no limite de sua capacidade de produção” disse Vecina, enfatizando que quase toda a produção do laboratório já está comprometida por pedidos dos Estados Unidos e da União Europeia.
“A Pfizer diz ter capacidade de produção de 1,3 milhão de doses nas suas cinco fábricas. Mas essa produção está basicamente toda comprometida pelos pedidos dos Estados Unidos e da União Europeia; então seus planos atuais são de marketing, não sanitários”, destacou.
O sanitarista avalia ainda que o Brasil dificilmente receberá no primeiro semestre de 2021 grande parte das 70 milhões de doses que está negociando com o laboratório.
“Eles não têm como oferecer mais doses em oito ou nove meses, mesmo para o Brasil, que deve receber no primeiro semestre não mais de 5 ou 6 milhões de doses. Nós continuamos dependendo das vacinas negociadas pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz.”
