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A intimidade dos Kennedy

Estreia no Brasil minissrie recusada pelo History Channel que narra a trajetria da mtica famlia americana e acusada de difamar a imagem do ex-presidente JFK. Assista ao trailer

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Natália Rangel_247 – Em uma cena da minissérie “Os Kennedys”, o então presidente americano pergunta a seu irmão, Robert, “O que você faz quando está com tesão?”, e acrescenta que quando não faz sexo com mulheres desconhecidas sofre com “terríveis ataques de enxaqueca a cada dois dias”. Pouco depois ele aparece fazendo sexo com uma mulher, que não é Jackie, na piscina. Sensual, impulsivo e irascível, assim é apresentado o mítico ex-presidente dos EUA, John Fitzgerald Kennedy, na minissérie que estreia no próximo domingo 3, no canal pago A&E, na segunda-feira 4 no History e na terça-feira 5 no Bio, após ser recusada pelo History Channel, que a considerou imprecisa e dramatizada demais. “Os Kennedys” é uma superprodução de US$ 30 milhões que narra, em oito episódios, os bastidores da mais proeminente dinastia política do século XX. Com uma trajetória marcada por êxitos e tragédias, amor e ódio, lealdade e traição, a história da família Kennedy é contada desde antes da eleição de JFK, na década de 1950, até o seu assassinato no Texas, em 1963. Os protagonistas são a atriz Katie Holmes, que interpreta Jackie, e Greg Kinnear como John Kennedy. Pelo fato de a família Kennedy ser um dos mais intocados mitos americanos, a proposta de revelar aspectos da esfera particular de seus célebres personagens incomodou tanto que o History Channel se recusou a incluir a produção em sua programação. As divergências sobre o retrato dos Kennedy oferecido pelo filme estão mais relacionadas às inclinações políticas conservadoras de seus realizadores. O roteiro da série foi concebido por Joel Surnow, um dos criadores do seriado de ação “24 Horas”, conhecido por se localizar à direita no espectro político americano.

A reação surgiu antes mesmo de a série ser exibida. Em um vídeo de 13 minutos divulgado na internet, estudiosos da vida e carreira do ex-presidente John Kennedy dizem que o roteiro da produção traça um perfil do presidente e de sua família que poderia ser descrito na melhor das hipóteses como impreciso, e na pior, como difamatório. “Eles estão cometendo um assassinato político contra o caráter de Kennedy”, declarou em entrevista o documentarista Robert Greenwald. “Há muitas cenas sexualmente provocantes e muitas imprecisões, e a história toda foi transformada em uma novela barata da pior espécie”. Os historiadores afirmam que a minissérie está cheia de erros factuais. Por exemplo, o roteiro se refere a pesquisas de boca de urna na eleição presidencial de 1960, quando elas ainda não haviam sido inventadas. Além disso, a minissérie tem cenas que jamais ocorreram, como um diálogo que sugere que foi Kennedy que teve a ideia da criação do Muro de Berlim. Em uma outra cena pouco edificante para o líder, um agente do serviço secreto aborda o presidente enquanto este faz sexo, em uma piscina, com outra mulher. Os realizadores da série afirmam que não tiveram a intenção de produzir um documentário, mas uma minissérie dramática, mas que as informações vieram de livros de história e, entre as obras que inspiraram e determinaram o roteiro, estão livros sobre esta fase da história americana escritos por historiadores como Seymour Hersh, Robert Dallek e David Talbot.

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