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Cultura

'As histórias de resistência no Brasil sempre me fascinaram', diz Wagner Moura

Em Berlim, onde o filme 'Marighella' foi aplaudido, diretor afirma que certamente a obra é um dos primeiros produtos culturais abertamente contrários ao que Bolsonaro representa, aponta reportagem da Rede Brasil Atual; no filme, o ator Seu Jorge (foto) representa o guerrilheiro

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Da Rede Brasil Atual Em entrevista à imprensa em Berlim, o diretor do filme MarighellaWagner Moura, comparou a resistência ao golpe de 1964 à atual conjuntura do país, governado por Jair Bolsonaro. “Nós podemos ver as diferenças entre o que aconteceu em 64, e a resistência daquela época... E não é diferente da resistência ao que temos no Brasil agora.” O ator-diretor citou as comunidades LGBT, as favelas e os negros, além de pessoas que provavelmente terão problemas com o governo atual como representantes dessa resistência.

“As histórias de resistência no Brasil sempre me fascinaram. A Revolta dos Malês na Bahia, onde eu nasci, os protestos contra a ditadura... Especialmente isso, porque eu nasci em 1976. Mas a minha geração era muito diferente da que lutou”, disse.

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Segundo Wagner Moura, seu filme – cujo projeto foi iniciado em 2013 e desenvolvido durante o governo Temer – não é uma resposta a um governo específico, mas obviamente é “contrário ao grupo que está no poder (no Brasil)”, afirmou. “Não quero que o filme seja uma resposta a Bolsonaro. Mas certamente é um dos primeiros produtos culturais abertamente contrários ao que ele representa.”

Polidamente, o diretor criticou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, que afirmou não ter havido golpe no Brasil em 1964, mas "um movimento". "A primeira coisa é a mudança semântica, dizer que 'não foi tão ruim'. Os governos fascistas começam na semântica. Este filme existe para dizer que a ditadura foi horrível", disse.

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Ele prevê que seu filme provocará polêmica no Brasil. “Imagino que será criticado pela direita, mas também pela esquerda”, disse. “Estou preparado para tudo, inclusive para que vaiem e joguem lixo na tela.”

Nascido em 1976, ele explicou que sua geração “era alienada” tanto em relação à geração de 64 quanto à atual. “Esses meninos que agora vão às ruas se parecem muito mais com a geração de 1964 do que a minha.”

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Perguntado sobre a mensagem de Marighella, Moura afirmou que ele simboliza “a resistência”, e sua importância é mostrar que os “cidadãos têm o direito e a obrigação de resistir às ditaduras, aos Estados violentos e aos que não respeitam os cidadãos”.

Em sua estreia mundial, ontem, em Berlim, o filme de Wagner Moura foi aplaudido pela plateia, formada por jornalistas brasileiros e internacionais. Embora não concorra ao Urso de Ouro, o principal prêmio do festival (um dos mais importantes do circuito de cinema mundial), o filme foi exibido na programação principal.

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Marighella não tem previsão de estreia no Brasil. Sua produção que resultou em uma película 155 minutos custou R$ 10 milhões.

O cantor Seu Jorge faz o papel do guerrilheiro Carlos Marighella, morto pela ditadura em 4 de novembro de 1969, depois de ser emboscado na Alameda Casa Branca, em São Paulo.

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O filme é baseado no livro Marighella – O homem que incendiou o mundo (Companhia das Letras, 2012), do jornalista Mário Magalhães. O elenco é também composto de Adriana Esteves, Bruno Gagliasso, Herson Capri e Humberto Carrão, entre outros.

Marighella nasceu em 1911, em Salvador. Participou da militância comunista e foi eleito deputado federal constituinte em 1946. Rompeu com o PCB e criou a Ação Libertadora Nacional (ALN). 

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