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Billy Blanco, gênio de 500 músicas, morre no Rio

Um dos mais importantes compositores da MPB, artista paraense foi cone da Bossa Nova; aos 87 anos, Billy faleceu em UTI, no Rio, por AVC; parcerias com Tom e Vincius so sucessos globais. Assista a vdeos

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247 - Um dos mais importantes compositores da Música Popular Brasileira, o cantor e compositor paraense Billy Blanco morreu nesta sexta-feira 8, no Rio de Janeiro. Ele estava internado na UTI de um hospital carioca no bairro da Tijuca desde o final do ano passado quando sofreu um acidente vascular cerebral. Blanco ficou famoso por suas parcerias musicais com Baden Powell, Tom Jobim e João Gilberto, e foi um ícone da Bossa Nova, com mais de 500 canções compostas ao longo da carreira e prestigiado por intérpretes como Elis Regina, Dick Farney, João Gilberto, Vinícius de Moraes, Nora Ney e Dolores Duran, entre muitos e muitos outros, nos anos 1950 e 1960. As suas composições possuíam um estilo bem peculiar, ritmo do samba com temas cotidianos, brejeiros e sensuais. O músico amazonense deixou um legado artístico universal e que expressa os sotaques de regiões diversas do País, numa obra de múltiplas influências e que inovava ao sair do tom da cadência do samba, gênero mais forte da época, e prenunciar um estilo musical que, em parceria com outros gênios da época como Dick Farney, Tom Jobim, João Gilberto e Baden Powell, se imporia como o que conhecemos hoje como a Bossa Nova. No seu extenso repertório, destacam-se “Sinfonia Paulistana”, uma delicada peça musical composta por quinze canções, “Estatuto da Gafieira” (gravada por Inezita Barroso e Elza Soares), “Tereza da Praia”, “Samba do Morro” e “Canto Livre”, esta última composta durante a ditadura militar. William Blanco Abrunhosa Trindade estudou arquitetura em São Paulo, quando começou a compor, e a partir dos anos 1950 passou a se dedicar integralmente à música. Ele foi um dos pioneiros do movimento da Bossa Nova no Rio de Janeiro e entre as suas centenas de parcerias, destacam-se o “Samba Triste”, com Baden Powell; a “Sinfonia do Rio de Janeiro” (composta por dez canções), com Tom Jobim; e “Descendo o morro”, com João Gilberto. O principal parceiro de Billy Blanco foi Sebastião Tapajós com quem compôs 56 músicas.

As sinfonias de Billy Blanco

O compositor chegou a trabalhar mais de dez anos em uma mesma sinfonia. É o caso da “Sinfonia Paulistana”, que começou a ser desenvolvida no início dos anos 1960 e foi finalizada em 1974. É composta por quinze canções, cantadas por Elza Soares, Pery Ribeiro, Cláudia, Claudette Soares, Nadinho da Ilha, Miltinho e pelo coro do Teatro Municipal de São Paulo. A produção foi de Aloysio de Oliveira, com orquestra regida pelo maestro Chico de Moraes. As músicas se chamam "Louvação de Anchieta", "Bartira", "Monções", "Tema de São Paulo", "Capital do Tempo", "O Dinheiro", "Coisas da Noite", "O Céu de São Paulo", "Amanhecendo", "O Tempo e a Hora", "Viva o Camelô", "Pro Esporte", "São Paulo Jovem", "Rua Augusta" e "Grande São Paulo". Em "Monções, destaca-se o carimbó épico, e em "O Tempo e a Hora", a fusão entre bossa e pop. Uma curiosidade da música “Tema de São Paulo”: o refrão desta suíte é ainda hoje a trilha sonora do noticiário da manhã da Rádio Jovem Pan. A “Sinfonia do Rio de Janeiro” é composta por dez canções, mas todas elas foram escritas em parceria com Tom Jobim, em 1960. As canções que formam a suíte são "Hino ao Sol", "Coisas do Dia", "Matei-me no Trabalho", "Zona Sul", "Arpoador", "Noites do Rio", "A Montanha", "O Morro", "Descendo o Morro" e "Samba do Amanhã". As músicas “A Montanha”, “O Morro” e “Descendo o Morro” ganharam célebre interpretação do cantor e compositor João Gilberto.

 

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