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Cultura

Black Power século XXI

A vitria do Miss Universo pela angolana Leila Lopes faz dela a segunda africana a ganhar o ttulo em seis dcadas de concurso e ressalta a fora da cultura e da beleza negras no mundo

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Natália Rangel_247 - Pela segunda vez nos 59 anos de história do Miss Universo, uma mulher africana se saiu vitoriosa. Leila Lopes, 25 anos, nascida em Angola, foi coroada nesta segunda-feira 12 com o tradicional título. Antes dela, em 1999, a jovem de Botsuana Mpule Kwelaboge venceu o concurso e proferiu um discurso engajado, em que mencionou Nelson Mandela. Nesta edição, apenas 13 anos depois, Leila comemorou mandando um beijo para a mãe e depois disse em entrevista que “o racismo não a afeta”. Meia verdade, já que ontem mesmo se noticiou que alguns sites fizeram menções racistas às candidatas afroamericanas e vale lembrar que Leila vem de um dos países mais pobres do continente, com expectativa de vida de 41 anos de idade. Ainda assim, a postura afirmativa e orgulhosa de Leila está em sintonia com um mundo em que o poder da cultura e da beleza afroamericanas é cada vez mais forte – e isto também tem relação com o sucesso de personalidades do showbiz, da política, da moda e das artes em todo o mundo.

A eleição de Barack Obama há dois anos desencadeou um sem fim de reflexões sobre o impacto que um líder negro de uma nação importante como os EUA teria sobre a auto-estima afrocamericana, o chamado “Efeito Obama” no mundo. Mas bem antes disso, muitas personalidades conquistaram o seu espaço e enviaram a milhões o seu recado. Nestes últimos dez anos, a apresentadora americana Oprah Winfrey tornou-se uma das figuras mais populares, poderosas e influentes dos EUA – depois de anos à frente de um programa de auditório, hoje Oprah é dona de seu próprio canal de entretenimento e informação no país. Em pesquisa recente Oprah foi escolhida como a comunicadora mais admirada entre os americanos.

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Na área musical, o universo dos rappers, que surge como expressão da cultura e do pensamento das comunidades negras, movimenta milhões no showbizz. Entre os dez mais elencados pela Forbes nenhum deles ganha menos de dez milhões de dólares por ano. O americano Jay-Z está no topo da lista em dois rankings consecutivos realizados pela Forbes com uma fortuna de US$ 37 milhões. E Beyoncé, que é casada com o rapper, também está entre as popstars mais bem sucedidas da atualidade. Em levantamento da Forbes junto a 20 astros de hip-hop, Jay-Z deixou para trás outros rappers que também faturam alto: Diddy, que ganhou US$ 36 milhões, Kanye West, US$ 16 milhões e Lil Wayne, com US$ 15 milhões. Eminem e Snoop Dogg ganharam US$ 14 milhões.

A força da cultura negra se revela em todas as áreas e movimenta bilhões em todo o mundo, ainda que o preconceito persista e que a pobreza e miséria de gerações de afroamericanos necessistem mais tempo e ação política para serem corrigidas. E neste sentido a expressão "Black Power", criada por Stokely Carmichael, militante radical do movimento negro nos EUA, em 1966, não envelheceu, mas ganhou novos significados. Carmichael disse há quase meio século: "Estamos gritando liberdade há seis anos. O que vamos começar a dizer agora é poder negro". E assim foi. E só por isto, hoje, em pleno século XXI, a vencedora Leila Lopes pode se dar ao luxo de dizer, com ar blasé, que "o racismo já não me afeta".

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