Brás Cubas é “livro de cabeceira” de Woody Allen

247 – Em um artigo publicado na edição desta sexta-feira do jornal britânico The Guardian, o cineasta Woody Allen destacou os cinco livros que mais causaram impacto em sua vida, como diretor de cinema e como escritor de humor. Entre a seleta lista, está o clássico da literatura brasileira “As Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis. A obra fica ao lado de “O apanhador no campo de centeio”, de J. D. Salinger; da coletânea de humor “The world of S. J. Perelman”, e das biografias “Really the blues”, de Mezz Mezzrow e Bernard Wolfe, e “Elia Kazan”, de Richard Schickel.

No trecho sobre a obra brasileira, o vencedor de três Oscar escreve: “Eu simplesmente recebi por correio um dia. Algum estranho no Brasil me enviou e escreveu ‘Você vai gostar disso’. Porque é um livro fino, eu li. Se fosse um livro grosso, eu teria descartado”. O diretor de Vicky Cristina Barcelona (2008) relata que ficou chocado sobre como o livro era charmoso e divertido. “Eu nem acredito que ele viveu há tanto tempo. Você teria pensado que ele escreveu o livro ontem, é tão moderno”, acrescenta, se referindo ao autor da obra, que a publicou em 1881. Em inglês, o livro recebe a tradução de “Epitaph of a small winner”, ou “O epitáfio de um pequeno vencedor”. Woody Allen afirma que se trata de um trabalho muito, muito original e que o deixou tocado, assim como aconteceu com “O apanhador no campo de centeio”.