Brigitte Bardot, de 91 anos, é internada em estado grave na França
Ícone do cinema francês segue sob observação em Toulon após diagnóstico de doença grave
247 - A atriz Brigitte Bardot, de 91 anos, foi hospitalizada em estado grave no sul da França e precisou passar por uma cirurgia de emergência em Toulon. Considerada uma das maiores estrelas do cinema francês e uma das últimas lendas vivas da era dourada do cinema europeu, Bardot segue sob observação médica, destaca o jornal O Globo, citando a mídia europeia.
A artista foi internada há cerca de três semanas após ser diagnosticada com uma “doença grave”. Fontes próximas relatam que ela estava em sua residência em Saint-Tropez quando precisou ser transferida de emergência. Os médicos informaram que o quadro evolui de forma estável, mas ela continuará em monitoramento nas próximas semanas. Até o momento, representantes da atriz não se manifestaram oficialmente sobre o caso.
De bailarina a mito do cinema francês
Nascida em Paris, em 28 de setembro de 1934, Brigitte Anne-Marie Bardot iniciou sua formação no balé clássico, no Conservatório Nacional de Música e Dança. Ainda adolescente, estampou capas de revistas como Elle e, em 1952, estreou no cinema com o longa “A Garota do Biquíni”.
Seu grande sucesso veio em 1956 com “E Deus Criou a Mulher”, dirigido por Roger Vadim, à época seu marido. O filme, considerado ousado e sensual para os padrões da época, chegou a ser censurado em Hollywood, mas projetou Bardot ao estrelato internacional.
Descrita como “a mulher que inventou Saint-Tropez”, ela tornou-se ícone da liberdade feminina, enfrentando censura e críticas da Igreja Católica. Em 1957, o Vaticano a classificou como “má influência”, mas a tentativa de boicote apenas aumentou sua popularidade.
Escândalos, amores e independência
Ao longo da carreira, Bardot estrelou mais de 45 filmes e gravou 70 músicas. Também deixou sua marca na moda, eternizando o decote ombro a ombro e a “pose Bardot”.
A atriz viveu quatro casamentos: com Roger Vadim, Jacques Charrier, Gunter Sachs e Bernard d’Ormale, seu atual marido desde 1992. De sua união com Charrier nasceu seu único filho, Nicolas-Jacques, em 1960. A relação entre mãe e filho foi difícil, o que ela mesma reconheceu. “Não fui feita para ser mãe. Adoro animais e crianças, mas nunca fui adulta o suficiente para cuidar de uma criança”, disse posteriormente.
Além dos casamentos, Bardot também teve romances intensos, como com o cantor Sacha Distel e o ator Warren Beatty. Sobre sua vida amorosa, declarou: “Sempre busquei paixão. Quando ela acabava, eu fazia as malas”.
Do cinema ao ativismo pelos animais
Em 1973, aos 39 anos, Brigitte Bardot decidiu encerrar sua carreira artística para se dedicar à defesa dos animais. Em 1986, fundou a Fundação Brigitte Bardot, que atua em resgates, campanhas de esterilização e ações humanitárias.
Vegetariana convicta, ela chegou a doar quantias significativas para projetos, como os mais de £90 mil destinados a cães de rua em Bucareste. Também ameaçou deixar a França após polêmicas envolvendo maus-tratos a elefantes em um zoológico.
Apesar do ativismo, Bardot voltou a enfrentar controvérsias. Em 2004, foi condenada por incitação ao ódio racial e, nos últimos anos, seu apoio à extrema direita francesa, em especial a Marine Le Pen, gerou debates sobre sua imagem pública.


