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Cacá Diegues critica Roberto Carlos contra biografias “chapas-brancas”

"Proibir a publicação de biografias não autorizadas é uma violência contra a liberdade de expressão e o progresso cultural do país", afirma o cineasta, que critica a postura de Roberto Carlos sobre o tema; "Roberto é meio como o outro rei, Pelé — nós adoramos ouvi-los e vê-los atuar, mas precisamos pouco de suas opiniões sobre o mundo"

"Proibir a publicação de biografias não autorizadas é uma violência contra a liberdade de expressão e o progresso cultural do país", afirma o cineasta, que critica a postura de Roberto Carlos sobre o tema; "Roberto é meio como o outro rei, Pelé — nós adoramos ouvi-los e vê-los atuar, mas precisamos pouco de suas opiniões sobre o mundo" (Foto: Gisele Federicce)

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247 – A três dias do julgamento, no STF, do projeto que libera para publicação as biografias não autorizadas, o cineasta Cacá Diegues escreve um artigo em que faz duras críticas a Roberto Carlos – que defende a autorização prévia do biografado – e afirma que "proibir a publicação de biografias não autorizadas é uma violência contra a liberdade de expressão e o progresso cultural do país".

"O direito à privacidade não é um valor absoluto", diz o artista, ressaltando que é possível aceitar que a Constituição tenha cláusulas "pétreas", mas "nenhuma delas deve ser absoluta", uma vez que "até as pedras se modificam, perdem seu peso e mudam de cor, quando se vão na corrente dos rios".

Diante da notícia de que Roberto Carlos descumpriu um combinado com artistas aliados sobre a questão das biografias, e desde então a Associação Procure Saber, liderada pela produtora Paula Lavigne, informou em nota que está fora do tema desde a saída do cantor, Cacá escreve:

Deve ser mesmo difícil fazer política com alguém que está, há mais de 50 anos, acostumado a ser chamado de rei. Rei não faz política, rei impõe sua vontade. Mas, pelo menos dessa vez, o Rei está errado. Apesar de toda a minha grande admiração pelo artista, não vejo na figura agora solitária de Roberto Carlos um valor superior ao daqueles seus eventuais aliados. Roberto é meio como o outro rei, Pelé — nós adoramos ouvi-los e vê-los atuar, mas precisamos pouco de suas opiniões sobre o mundo.

O cineasta conclui: "Estamos falando do progresso da cultura brasileira, fazendo-a mais responsável, sendo criticada sempre que necessário, no público ou no privado. A vida privada de todo mundo, do gari na rua ao presidente da República, não é mais importante do que a necessidade que temos de sabermos melhor em que mundo vivemos. E como vivem aqueles em que confiamos".

Leia aqui a íntegra de seu artigo.

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