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Escritor diz que Geraldo Vandré forjou entrevista para voltar ao Brasil

Jornalista e escritor Vitor Nuzzi conta que em 1973 houve uma negociação para o retorno de Vandré do exílio ao Brasil; "Ele estava no exílio um pouco doente, e a família começou a negociar com o governo militar, para que ele pudesse voltar ao Brasil sob algumas condições. Uma dessas condições foi uma entrevista forjada, que saiu no Jornal Nacional, um mês depois do retorno de fato dele ao Brasil. Ele voltou em julho de 1973, e em agosto, o programa divulgou uma matéria como se ele estivesse voltando naquele momento. As perguntas foram previamente selecionadas pelos próprios agentes federais, para que ele falasse que não tinha ligação com nenhum grupo político, que ele teria sido usado nos anos 60, ele só queria fazer canções de amor, e que esperava se integrar à realidade brasileira"

Jornalista e escritor Vitor Nuzzi conta que em 1973 houve uma negociação para o retorno de Vandré do exílio ao Brasil; "Ele estava no exílio um pouco doente, e a família começou a negociar com o governo militar, para que ele pudesse voltar ao Brasil sob algumas condições. Uma dessas condições foi uma entrevista forjada, que saiu no Jornal Nacional, um mês depois do retorno de fato dele ao Brasil. Ele voltou em julho de 1973, e em agosto, o programa divulgou uma matéria como se ele estivesse voltando naquele momento. As perguntas foram previamente selecionadas pelos próprios agentes federais, para que ele falasse que não tinha ligação com nenhum grupo político, que ele teria sido usado nos anos 60, ele só queria fazer canções de amor, e que esperava se integrar à realidade brasileira" (Foto: Romulo Faro)

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247 - Jornalista e escritor Vitor Nuzzi, autor da biografia não-autorizada 'Geraldo Vandré - Uma Canção Interrompida', conta em entrevista ao 'Seu Jornal', da TVT, como foi "persistente e teimoso" para escrever o livro e apresentar ao público a trajetória do artista paraibano.

"Eu acreditei que o Vandré é uma pessoa que mereceria ter a sua obra mais conhecida. Porque que às vezes, as pessoas conhecem mais as lendas, e conhecem menos as músicas. Apesar dele ter uma carreira musical curta, ele tem uma obra que merece ser mais conhecida. Ele é lembrado por uma só música", diz Vitor Nuzzi.

Após o carnaval de 1969, o compositor da canção 'Pra não dizer que não falei das flores' saiu do País. Na biografia, o escritor afirma que, em 1973, houve uma negociação para o retorno de Geraldo do exílio ao Brasil. Segundo ele, foi firmado um acordo para que o cantor fizesse uma entrevista falsa.

"Ele estava no exílio um pouco doente, e a família começou a negociar com o governo militar, para que ele pudesse voltar ao Brasil sob algumas condições. Uma dessas condições foi uma entrevista forjada, que saiu no Jornal Nacional, um mês depois do retorno de fato dele ao Brasil. Ele voltou em julho de 1973, e em agosto, o programa divulgou uma matéria como se ele estivesse voltando ao Brasil naquele momento. As perguntas foram previamente selecionadas pelos próprios agentes federais, para que ele falasse que não tinha ligação com nenhum grupo político, que ele teria sido usado nos anos 60, ele só queria fazer canções de amor, e que esperava se integrar à realidade brasileira", conta.

O jornalista explica que não conseguiu o apoio do cantor para escrever o livro, mas persistiu no projeto. Ele descreve as impressões que teve após os contatos com o artista. "Vandré é uma pessoa muito arredia. Ele realmente não gosta de conversar, nem de jornalista. Não tem interesse em retomar a carreira comercial. Ele continua compondo, faz música, faz poesia, mas ele não tem interesse em mostrar isso para o grande público. Eu o defino como imprevisível, recluso e livre."

Sem a autorização do biografado, Nuzzi não pode comercializar o livro. Bancado pelo próprio bolso, foram produzidos apenas 100 exemplares, os quais ele faz distribuição por correio. Abaixo a entrevista de Vitor Nuzzi à TVT.

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