Estéticas das Periferias celebra 15 anos e transforma batalhas em arte e resistência
Mostra reúne MCs, poetas, dançarinos e coletivos de todo o Brasil em São Paulo e homenageia a potência criativa e a resiliência das quebradas
247 - O Encontro Estéticas das Periferias, um dos mais importantes eventos de arte e cultura da cidade de São Paulo, chega à sua 15ª edição em 2025 com uma programação que celebra a criatividade e a resistência das quebradas. Criado em 2011, o festival consolidou-se como uma plataforma essencial de valorização das expressões culturais periféricas e, ao longo dos anos, tornou-se um espaço de diálogo entre artistas, coletivos e comunidades.
De acordo com informações da Ação Educativa, organizadora do evento, o Estéticas tem patrocínio do Itaú, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, e conta com a parceria institucional do Sesc São Paulo e do Instituto Moreira Salles (IMS). A edição de 2025 também reúne o Programa Nacional dos Comitês de Cultura em São Paulo, com ações de organizações como Aprecaba (Araraquara), Unijovem (Marília) e Museu Caiçara (Ubatuba). O festival integra ainda o Restaurante Mocotó, o Instituto Tambor e o Museu das Favelas à sua rede de parceiros.
Este ano, o tema escolhido — “Nas batalhas do mundão, o palco é na quebrada” — orienta a programação que será realizada entre os dias 26 e 31 de agosto. O mote reflete a capacidade das periferias de transformar dificuldades em potência criativa, por meio de linguagens que vão da batalha de rima às danças urbanas, do grafite à gastronomia, das rodas culturais às performances coletivas.
“A escolha do tema parte da ideia de valorizar o improviso, a criatividade e o enfrentamento poético que atravessam as periferias todos os dias. Estamos falando tanto das batalhas artísticas, como as de MCs, dançarinos, DJs e poetas, quanto das batalhas da vida real — por trabalho, saúde, educação e cultura. A edição de 2025 é uma homenagem à resiliência e à potência inventiva das quebradas”, afirma Eleilson Leite, coordenador da área de Cultura da Ação Educativa.
Destaques da programação
- Espetáculo de abertura: “Batalhas – Entre luta e sonhos”
26/08, às 19h, no Sesc Pompeia. Dirigido por Sidney Santiago Kuanza, o espetáculo mistura teatro, música, dança e poesia em um tributo aos MCs e às linguagens urbanas. - Exposição “Territórios do Som: Aquarelas de uma Noite Preta”
27/08, às 19h, no Espaço Cultural Periferia no Centro (Ação Educativa). A mostra da artista plástica Mayara Amaral dialoga com a cultura jamaicana e integra o calendário do #JulhodasPretas. - Batalha na Cozinha
27/08, às 19h, no Restaurante Mocotó (Vila Medeiros). Os chefs Rodrigo Oliveira e Edson Leite duelam em pratos autorais, com mediação da poeta Jô Freitas e participação dos emboladores Peneira e Sonhador. - Rádio Heliópolis e Sarau Perifatividade
28/08, às 19h, na Unas (Heliópolis). Celebração dos 15 anos do coletivo Perifatividade, com batalhas de MCs e show de Sandrão RZO. - Final da Batalha da Mente
29/08, às 18h, no Museu das Favelas. Reúne os campeões de batalhas realizadas em diferentes quebradas da cidade, em uma celebração das rimas e ideias. - “Legado Vivo – Memória e Ancestralidade”
30/08, a partir das 16h, no Instituto Tambor (Vila Sônia). Homenagem ao mestre Jefinho Tamandaré, com capoeira, tambores africanos e embolada. - Torneio de Slam
30 e 31/08, às 15h, no IMS Paulista. Disputa reúne coletivos de slam de dez cidades brasileiras, incluindo São Paulo, Rio Branco, Goiânia, Aracaju e Porto Alegre.
O coordenador Eleilson Leite reforça que o festival vai além da celebração artística: “Mais do que mostrar a potência das linguagens artísticas da periferia, o Estéticas se propõe a criar pontes entre territórios, histórias e saberes. Nessa edição, ao celebrar as batalhas, queremos lembrar que criar, ocupar e resistir também são formas de vencer todos os dias.”
