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Cultura

Safatle alude a Bolsonaro: o Estado Nazista não governa, ele conflita

O filósofo Vladimir Safatle afirma que o fascismo se alimentra dos conflitos e que o caso do Brasil é muito próximo desta constatação; ele diz: " Por fim, e esta era uma compreensão precisa de Franz Neumann, o Estado nazista não governa. Ele é uma associação instável entre grupos que estão em conflito contínuo. Mas esse conflito é uma forma de perpetuar o “movimento”, já que ele permite ao governo entrar em conflito contínuo com o Estado,

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247 - O filósofo Vladimir Safatle afirma que o fascismo se alimentra dos conflitos e que o caso do Brasil é muito próximo desta constatação. Ele diz: " Por fim, e esta era uma compreensão precisa de Franz Neumann, o Estado nazista não governa. Ele é uma associação instável entre grupos que estão em conflito contínuo. Mas esse conflito é uma forma de perpetuar o “movimento”, já que ele permite ao governo entrar em conflito contínuo com o Estado, dizer sempre que nosso grande projeto não está a ser implementado porque forças obscuras estão agindo dentro do Estado para impedir nossa grande redenção. O estado nazista é uma crise permanente elevada à condição de governo. A única coisa que tenho a dizer é: junte os pontos e diga se a cena não lhe parece demasiado familiar."

Em artigo publicado no site do jornal El País, o filósofo brasileiro destaca: "há o medo de certas palavras. Esse medo vem na maneira com que tentamos, até o limite, não utilizá-las. Porque seu uso acende alertas vermelhos, nos quebra a letargia de sentir que, por mais que nossa situação atual seja complicada, a vida corre. E corre com um correr de quem acaba por acertar seu passo, abaixar os gritos. Bem, não há palavra que nos leve mais a temer seu uso do que “fascismo”. No entanto, é ela que se ouve de forma cada vez mais insistente quando se é questão da situação brasileira atual. Coloquemos então, de maneira direita e simples, uma questão que vários de nós já colocou a si mesmo: Estaria o Brasil caminhando para o fascismo?"

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Safatle avança: "esta questão não se ouve apenas no Brasil. Ela se ouve na Itália, na Hungria, na Polônia, nas Filipinas. Esta confluência de semblantes perplexos a fazer o tour do mundo não é mero acaso. Ela indica uma fenda global que parece paulatinamente crescer, fenda por onde passaria a emergência de novas formas de governo com traços claramente fascistas."

E formula indagações importantes: "mas não seriam tais governos simplesmente “populistas”? Não é assim que se diz hoje, “governos populistas de direita”? Sim, é assim que se diz. Mas e se este uso extensivo do termo “populismo” fosse, na verdade, uma forma de não chamar de gato um gato? Pois talvez os chamamos de “populistas” para não dizer o que eles realmente são: governos nos quais uma certa concepção de ‘estado total’, uma forma explícita de implosão de qualquer possibilidade de solidariedade social com grupos historicamente vulneráveis, uma noção paranoica de nação e o culto da violência são a verdadeira tônica. Mas seria isto exatamente “fascismo”? E por que não falar em “populismo”, neste caso?"

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