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Cultura

Fernando Morais manda recado a Toffoli: a história o condenará

"Não importa que os bajuladores e capachos de plantão absolvam Toffoli pelo mal que ele fez não a mim nem ao Mino. Sim, porque ao silenciar Lula, ele está silenciando o Brasil. Não importa que Toffoli seja absolvido por seus acólitos. A História o condenará", diz o jornalista e escritor Fernando Morais, que foi proibido por Dias Toffoli de visitar o ex-presidente Lula, mesmo na condição de amigo; dias antes, Toffoli censurou os jornalistas Florestan Fernandes Júnior e Mônica Bergamo, afrontando decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU, que garantiu a Lula o direito de falar à imprensa

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Por Fernando Morais, no Nocaute Quem tiver a pachorra de correr os olhos pelos arquivos do Nocaute verá que há dois anos nós temos chamado esse governo postiço pelo seu nome real: ditadura.

Ontem, porém, tive a infelicidade de viver na pele os efeitos da ditadura que tanto denunciamos. O único consolo foi ter como companhia o Mino Carta, diretor da revista Carta Capital e um dos mais talentosos e corajosos jornalistas do Brasil.

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Mino e eu somos amigos de Lula há quarenta anos. A primeira vez que Lula apareceu na capa de uma revista, no final dos anos 70, foi por obra e iniciativa de Mino. E a mim quis o destino que eu testemunhasse, ao lado de Lula, a intervenção manu-militari no sindicato dos metalúrgicos do ABC, que ele presidia, em uma madrugada de abril de 1980.

Dias depois, Lula estava preso.

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Ontem Mino e eu viajamos a Curitiba para uma visita ao amigo preso na Polícia Federal local.

Metade do tempo destinado ontem às visitas, o que ocorre sempre às quintas-feiras, Lula destinou a receber seus familiares. A outra metade ele reservou para nos receber, ao Mino e a mim.

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Que fique claro que solicitamos a visita e lá estávamos na condição de amigos, não no exercício de nossa profissão de jornalistas. Nenhum de nós levava uma câmera, um gravador, um celular, uma caderneta – um lápis sequer.

Não era a visita de dois repórteres, mas de dois amigos que não viam Lula há exatos 180 dias, tempo em que esle está preso. Injustamente preso, nunca é demais sublinhar.

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Ao chegarmos ao prédio da Polícia Federal, pontualmente às quatro da tarde, fomos informados de que “havia problemas” e que estávamos proibidos de visitar Lula. 

Que problemas?

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Qual um ectoplasma em terreiro de macumba, baixou em Curitiba o despacho do presidente do Supremo, Dias Toffoli, de quatro dias atrás, proibindo Lula de conceder entrevistas.

Não cabe aqui perder tempo com a prolixa chorumela do despacho ilegal e inconstitucional do ministro Toffoli datado de primeiro de outubro.

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Em dúvidas sobre se, por sermos jornalistas, Mino e eu estávamos ou não incluídos na proibição de Toffoli, a Polícia Federal decidiu consultar o juiz da Vara de Execuções Penais de Curitiba.

Certamente diante da dúvida shakespeariana – permito ou proíbo a visita? – o Meritíssimo preferiu uma decisão a la Pilatos: na fila, antes da consulta feita pela Federal ele tinha alguns processos esperando e, e portanto, a visita estava proibida.

Mino e eu – ele em doses infinitamente mais cruéis – fomos vítimas da Censura imposta no Brasil pela ditadura militar de 64.

Ontem experimentamos a pesada mão da ditadura togada. O despacho do ministro Toffoli – alguém que balbucia até para ler sentenças escritas – confirma o que todos já sabíamos: sobreviventes da ditadura fardada, Mino e eu estávamos sendo vitimados pela ditadura togada.

Não importa que os bajuladores e capachos de plantão absolvam Toffoli pelo mal que ele fez não a mim nem ao Mino. Sim, porque ao silenciar Lula, ele está silenciando o Brasil.

Não importa que Toffoli seja absolvido por seus acólitos.

A História o condenará.

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