Henry Sobel deixou herança de luta pela democracia e respeito às religiões, diz jornalista Jayme Brener
Em tempos de intolerância de todo tipo, inclusive religiosa, o jornalista e escritor Jayme Brener recorda o papel de Henry Sobel como uma voz ocupada com o diálogo entre religiões, e a mensagem fundamental deixada pelo rabino à luta pela democracia no Brasil
247 - Em entrevista à TV 247, o jornalista e escritor Jayme Brener recorda a herança deixada pelo rabino Henry Sobel — que morreu na última sexta-feira 22,— à luta pela democracia no Brasil.
Brener recorda o papel único de Sobel em 1975, na denúncia do assassinato do jornalista Vladimir Herzog pela ditadura militar, desmascarando a versão de que ele havia cometido suicídio.
Lembra que era um adolescente de 14 anos e saiu da escola, um estabelecimento religioso, num grupo que se dirigiu à Praça da Sé, em São Paulo, para participar de um culto ecumênico que marcou a luta contra a ditadura.
"Acredito que até hoje todos os integrantes do grupo tenham posições progressistas", disse.
Num momento de intolerância de todo tipo, inclusive religiosa, com atos de peresguição a cultos de origem afro, Brener recorda o papel de Sobel como uma voz ocupada com o diálogo entre religiões, inimigo de qualquer postura de supremacia de uma fé sobre outra.
"Temos que nos inspirar no rabino Sobel para saber que princípio de quem adota uma religião é para fazer o bem, para ela e outras pessoas. Não pode fazer o mal. Jamais pode ser instrumento de intolerância", declarou.
Lembrando a campanha presidencial de 2018, quando Jair Bolsonaro transformou a defesa do Estado de Israel num dos eixos da eleição, Brender diz que a postura democrática de Sobel inspirou um movimento conhecido como Judeus contra Bolsonaro.
"Era para juntar umas centenas de pessoas. Juntamos 9000", lembra.
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