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Cultura

Ianomâmis entregarão estatueta alternativa a ganhadores do Oscar em campanha contra garimpo ilegal

Vencedores do maior prêmio do cinema receberão uma escultura indígena representando Omama, dividande considerada criadora e protetora da Amazônia e do povo ianomâmi

(Foto: Reprodução/Youtube)
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RFI - Na noite que os olhos do mundo se voltam para a estatueta dourada do Oscar, os indígenas ianomâmi farão uma campanha internacional chamando a atenção para o impacto da extração ilegal de ouro. Os ganhadores do maior prêmio do cinema receberão, além da tradicional estatueta, uma escultura indígena representando Omama, a dividande considerada criadora e protetora da Amazônia e do povo ianomâmi.

Batizada de "O custo do ouro", a campanha pretende colocar os holofotes de Hollywood sobre o problema do garimpo ilegal, que contamina boa parte do comércio do ouro no mundo. 

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A mineração ilegal causou uma crise humanitária na comunidade ianomâmi, que reúne 30.400 indígenas em uma reserva entre os estados de Roraima e Amazonas.

A campanha contra a extração ilegal de ouro na Amazônia é realizada pela Urihi Associação Yanomami, com idealização da agência publicitária DM9. 

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Além das estatuetas, um vídeo foi enviado aos candidatos aos prêmios cinematográficos deste domingo (12).

"Na sua cultura, ouro é símbolo de sucesso. Para meu povo, significa morte e destruição", diz Junior Hekurari Yanomami, líder da associação, no vídeo.

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"O ouro ilegal é garimpado com mercúrio. Litros e mais litros são despejados nos nossos rios, matando nossos animais, matando nossa floresta, matando nosso povo", alerta em sua língua nativa o indígena.

"Você também tem a oportunidade de se posicionar frente a milhões de pessoas e pedir para o mundo todo o fim do garimpo ilegal do ouro", acrescenta, em pedido direto aos atores que disputam o Oscar.

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Em 2021, 54% do ouro comercializado no Brasil tinha indícios de ilegalidade em sua origem, segundo a associação Yanomami.

Garimpo ilegal

Durante os últimos anos, os Yanomamis denunciaram, sem serem ouvidos, a invasão de seu território por cerca de 20 mil garimpeiros e a tentativa de genocídio da etnia. O governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), defensor da abertura de terras indígenas para a extração de ouro, deixou de fiscalizar as invasões e de fazer o controle das ações ilegais no território. 

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No mandato de Bolsonaro, o desmatamento médio anual na Amazônia cresceu 59,5% em relação aos quatro anos anteriores e avançou 75,5% em relação aos números da década anterior.

Desde que assumiu o governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou emergência sanitária na terra Yanomami, por conta de mortes por desnutrição, e deu início a uma operação de segurança para expulsar os garimpeiros daquela terra.

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A presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Joênia Wapichana, admitiu recentemente que o "Brasil ainda não tem uma forma de coibir o comércio de ouro ilegal". As normas brasileiras para o comércio de ouro exigem apenas a declaração de "boa fé" que a origem é legal, isentando as autoridades do trabalho de verificação.

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