Jorge Amado: casa da infância sumiu em meio ao descaso

Rebeca Bastos_Bahia247 - Ícone da cultura baiana, o escritor Jorge Amado completaria 100 anos em 2012. Para celebrar, a secretaria de Cultura da Bahia (Secult) lançou o Ano Jorge Amado, que inclui em sua programação uma série de homenagens ao escritor. No entanto, nem toda a sorte de homenagens à memória do escritor foi capaz de parar a ação do tempo e do descaso que destruiu a casa onde nasceu e cresceu Jorge Amado. Da residência, localizada em Ferradas, distrito da zona rural de Itabuna, no Sul da Bahia, só restou a placa que anuncia um museu, a grande novidade que nunca passou de promessa, como mostrou reportagem recentemente publicada pelo jornal Correio.

A primeira promessa política de criar um espaço de homenagem ao filho mais ilustre, em sua terra natal, foi feita em 1982, mas a pequena residência de uma porta e duas janelas, não resistiu e sumiu. O casarão onde o escritor passou a sua juventude, localizado no centro de Itabuna, atualmente abriga um museu. E apesar de precisar de reparos, o casarão resiste como ponto turístico da região. Outras duas casas do baiano estãoem Salvador. Ado bairro do Rio vermelho, onde ele morou até a morte, está fechada, e a família tenta conseguir parcerias públicas para criar um espaço em memória do romancista. Já no Pelourinho, existe a Fundação Casa de Jorge Amado, onde ele nunca morou, mas que abriga grande parte do acervo do escritor. O espaço é aberto à visitação pública e abriga manuscritos, imagens raras e uma vasta coleção de obras de arte do escritor.

A obra

A obra literária de Jorge Amado contém 36 livros e conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba. Amado é o autor mais adaptado da televisão brasileira, com verdadeiros sucessos como Tieta do Agreste; Gabriela, Cravo e Canela; Teresa Batista Cansada de Guerra; Dona Flor e Seus Dois Maridos; e Tenda dos Milagres. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em braile. Em 1994 ganhou o Prêmio Camões, o Nobel da língua portuguesa.

Veja algumas de suas adaptações:

Capitães de Areia (2011), filme de Cecília Amado

Tieta do Agreste, novela veiculada na Rede Globo em 1989-1990