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Cultura

Museu no Deserto

Pesquisador russo reuniu acervo de 40 mil obras russas do incio do sculo XX muitas pintadas por artistas que no sobreviveram ao regime stalinista

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247, com informações de agências internacionais – Muitos artistas importantes da vanguarda modernista russa, no início do século XX, devem a preservação de seu acervo para a posteridade aos esforços de um arqueólogo e colecionador russo chamado Igor Savitsky. Durante o violento regime comunista de Josef Stálin, que abominava toda e qualquer produção artística que não estivesse em sintonia com o realismo socialista que ele pregava, muitas obras de artistas emblemáticos do período foram destruídas. Savitksy conseguiu salvar cerca de 40 mil telas e as escondeu em um museu abandonado no meio do deserto de uma pequena cidade no Ubezquistão. A sua história é contada ao mundo no documentário O Deserto da Arte Proibida (The Desert of Forbidden Art, que pode ser baixado da web), realizado por Amanda Pope y Tchavdar Georgiev e lançado no ano passado. Savitsky passou a ser chamado de o “Schindler da arte russa”, de acordo com reportagem do El Pais, numa referência ao industrial alemão Oskar Schindler que salvou milhares de judeus durante o Holocausto. Quase nove décadas depois, especialistas russos alegam que os quadros estão mal conservados e surge a discussão se a gigantesca mostra deve ser transferida para Moscou, onde poderia ser melhor cuidada já que a capital possui mais recursos para investir em sua preservação.

A diretora do museu discorda e acha que essa não seria a vontade de Savitsky. No filme, ele revela como reuniu todas essas obras: “Boa parte das obras foram encontradas sob a cama de viúvas de artistas, ocultas em porões, nos estúdios e até no teto de residências abandonadas”. E quando ele se deu conta tinha um vasto acervo de obras proibidas sob os seus cuidados. E fez isso em um tempo em que pintores que ousavam desobedecer as regras eram presos, torturados e até mortos. Este acervo constitui hoje a mais representativa coleção de arte russa do século XX e inclui nomes da então novíssima geração de artistas, como Alexander Volkov, Yevgeny Lyssenko, Mikhail Kurzin e Alexander Nikolaev. Seu valor histórico e artístico é inestimável e, por isso mesmo, é objeto de interesse de muitas instituições russas. Mas numa atitude guerreira à moda Asterix, a diretora do Museu de Nuko, Babanazarova,que dedicou toda a sua vida ao acervo, já declarou que nenhuma obra sairá dali. E que vai resistir enquanto viver.

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