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Cultura

Música Boa, Música Ruim, e Não-música

Qualidade musical é uma questão de gosto? E estão certos aqueles que apontam determinadas gravações e dizem "isso não é música"!?

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Confesso, jamais aspirei grandes alturas com a minha escrita. Afinal, sou um ratinho de exatas e esse negócio de altura, dizem, tem deixado até atletas de futebol com náuseas na Bolívia. Além do mais, autocrítico e perfeccionista que sou, sempre me achei um pouco agressivo, pretensioso, prepotente, hipócrita e contraditório no que digo. Só um pouco.

Mas fato fato é que recebi um atrativo e nada cuidadoso convite a escrever no jornal Brasil 247 para tratar da temática musical e me tornar um de seus escritores em meados de 2012. O aceite foi imediato e começo logo causando polêmica. De praxe. E assim foi até que problemas pessoais (e mentais) tomaram todo o meu tempo (ou eu quis jogar meu tempo fora no auge da minha depressão) e parei por alguns meses.

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Mas estou de volta e agora venho para ficar. Este parágrafo é uma mera manifestação de que não simplesmente me acovardei após a polêmica criada por alguns dos meus textos; Este era o meu objetivo principal, visto que é pela discussão que se chega ao desenvolvimento.

Visto que falarei de música, meu primeiro tema ideal seria, ao mesmo tempo que polêmico, geral, no sentido de não especificar demais e já restringir de maneira errada o meu público. Começo portanto com duas perguntas um tanto complicadas de serem respondidas, apesar de, reconheço, serem um baita clichê: qualidade musical é uma questão de gosto? E estão certos aqueles que apontam determinadas gravações e dizem "isso não é música"!?

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Depois de resolver discutir tal problemática em plena internet, os meios de busca de informações foram pragmáticos: cinco ou seis vezes em menos de um mês, discuti isso em botecos e afins acompanhado de amigos quase sempre músicos, litros de cerveja e uma infinidade de cigarros, além de, claro, um ou dois violões. Resultados conclusivos e melhor, comprováveis.

Utilizando algo dos meus estudos nos últimos dez anos e com o perdão do leitor que por ventura tiver Transtorno Obsessivo Compulsivo ou qualquer mania de simetria, respondo a segunda pergunta antes: Senhores, noventa por cento das apostilas que ensinam música básica começam definindo música – parece-me até óbvio. Lembro bem dos meus primeiros anos de aulas particulares com o professor Lufe Herlinger, em cuja apostila dizia: "Música é o conjunto de Harmonia, Melodia e Ritmo". Ora, sem citar diretamente nenhuma vertente específica, o mistério está resolvido. Se por acaso um dos três aspectos não constarem na "música", então as aspas são de fato necessárias.

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Portanto, agora sim citando diretamente alguns tipos de "não-músicas" por aí (por que não?), sim, alguns desses "haters" têm toda a razão. Por exemplo: Alguns "funks" cariocas (agora as aspas aparecem em respeito a James Brown) não podem ser considerados como música, pois não têm harmonia e, às vezes, nem melodia. O leitor é livre para procurar exemplos e me contestar se achar conveniente. Adianto que há exceções, entretanto, como pude verificar.

O mesmo se aplica a uma série de ritmos africanos e afro-brasileiros, por vezes interessantíssimos, que se limitam a instrumentos percussivos. É impossível fazer música sem nenhum instrumento capaz de emitir notas musicais, que por sua vez constituirão harmonias e melodias. Há outros exemplos, mas acredito que a ideia esteja explícita. Isso comprova uma sempre vigente teoria que prego de maneira interessante. Tal como toda vertente musical tem seus bons e ruins intérpretes e compositores, o mesmo se aplica à vertente "não-música".

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Agora voltemos à primeira pergunta: qualidade musical é uma questão de gosto? A resposta desta é algo menos conclusiva, mas vou adiantar-lhes a minha opinião: não é!

Em primeiro lugar, sou obrigado a reconhecer a riqueza dos arranjos de algumas músicas de Roberto Carlos (apesar de só manter a televisão ligada no fim de ano da Globo se a champanhe estiver muito boa), enquanto envergonho-me de me pegar cantarolando algumas verdadeiras porcarias (obviamente não vou literalmente exibir minhas vergonhas na internet, isso causa arrependimento - vejam o que houve com Carolina Dieckman).

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Nossa, e eu havia prometido não citar nada de política logo de cara. Mas peço perdão pelas más citações.

Além disso, retorno aos três aspectos fundamentais da música: se não há nada de novo ou interessante nem no ritmo, nem na melodia e nem na harmonia de uma música, desculpem, mas esta não é boa (mesmo se for a sua música com o seu primeiro amor ou se o seu falecido bisavô cantava-a em volumes desagradáveis no chuveiro depois da meia-noite em datas festivas, estas são análises irracionais que não condizem com o que estou analisando aqui). No entanto, fica a minha concessão: Por vezes, a linha discutida é tão tênue quanto um fio de cabelo (fino, não o meu). Convido-os, por exemplo, a conhecerem a banda Dirty Loops.

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Para exemplificar o que eu não espero como "algo novo", o vídeo abaixo traz o retrato do quão grotesca é a cena musical atualmente. Na descrição, indico de onde roubei a ideia, antes que alguém atire a primeira pedra ou me processe. Verifiquem do que um "um-cinco-seis-quatro" é possível.

 

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